Bolsonaro fala de ameaças de saques, mas a imprensa só destaca a irritação do presidente

Publicado em 05/05/2020 17:31 e atualizado em 05/05/2020 20:31
análise com Renato Dias, do blog Ranking dos Políticos
Renato Dias - Diretor Executivo do Site Ranking dos Políticos

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Bolsonaro fala de ameças de saques, mas a imprensa só destaca a irritação do presidente

 

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Nesta terça-feira aconteceu mais um dia de manchetes negativas para o presidente Bolsonaro; extremamente irritado, Bolsonaro, com a capa do jornal Folha de S. Paulo nas mãos, gritou que os jornalistas daquele veiculo estão se portando com patifaria, mentindo.

"Canalha é um elogio para a Folha de S. Paulo", disse o presidente, a respeito da abordagem do jornal paulista sobre a troca de comando da Policia Federal e do superintendente do Rio de Janeiro. Os repórteres tentaram fazer perguntas, e Bolsonaro mandou-os "calarem a boca".

O entrevero não permitiu que houvesse destaque para assunto mais importante, o alerta feito pelo presidente sobre o fim do auxilio financeiro (600 reais) para 97 milhões de pessoas para compensar a paralisação da economia causado pela pandemia de corornavírus.

-- "Ainda não tivemos saques graças aos 600 reais, mas isso vai acabar mês que vem. Por isso precisamos voltar à atividade economica o mais rapido possivel, senão teremos problemas gravíssimos".

O alerta não sensibilizou os repórteres, mas foi o destaque do analista Renato Dias, do blog Rankingo dos Politicos, que mostrou que a crise só beneficia politicos do centrão, "que a cada entrevero sobem a régua do apoio às reformas que precisarão ser votadas no Congresso".

(Acompanhe a entrevista no vídeo acima).

Bolsonaro diz que auxílio do governo evitou saques e se irrita com a "imprensa canalha"

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira que só não há uma onda de saques no Brasil por causa do pagamento do auxílio emergencial de 600 reais pago pelo governo federal, mas alertou que a ajuda é limitada e a economia precisa voltar a funcionar, em um novo ataque a medidas de isolamento social para frear a disseminação do coronavírus.

Ao conversar com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que o país está "chegando no limite".

"Chegou a um nível insustentável. O que está mantendo o Brasil longe de saques e violência são os 600 reais, mas daqui a dois meses acaba. Se a economia não voltar a funcionar até lá, teremos problemas seríssimos", disse Bolsonaro.

Irritado, Bolsonaro manda jornalistas calarem a boca

Na sequencia, Bolsonaro mandou repórteres calarem a boca, chamou a imprensa de "canalha" e insuflou seus apoiadores contra esses profissionais, ao mesmo tempo em que confirmou a troca do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, mesmo negando que tivesse influenciado essa decisão.

Irritado pelas manchetes que apontavam sua influência na troca do superintendente, especialmente a do jornal Folha de S.Paulo, Bolsonaro chamou a imprensa de "canalha" e afirmou que a maioria só publicava "patifaria".

"Não tem nenhum parente meu investigado pela PF, nem eu nem meus filhos. O superintendente está indo ser o diretor-executivo. São 27 superintendentes e ele está indo ser o diretor-executivo. Se fosse desafeto meu e eu tivesse ingerência, não iria para lá. É o 02", reclamou Bolsonaro.

Quando os repórteres tentaram fazer perguntas, o presidente respondeu: "cala a boca".

"Cala a boca! Eu não te perguntei nada. Cala a boca!", gritou.

"Manchete canalha e vocês da mídia, grande parte tenham vergonha na cara, só publicam patifaria!", continuou.

Bolsonaro mostrou a capa da edição desta terça do jornal Folha de S.Paulo, cuja manchete faz uma relação entre a troca e o interesse dos filhos do presidente. "É uma manchete canalha e mentirosa e vocês da mídia, tenham vergonha cara. A grande parte publica patifaria."

Insuflados pelos ataques do presidente parte dos apoiadores de Bolsonaro, que ficam separados dos jornalistas por duas grades, aproveitou também para atacar a imprensa. "Mídia porca", "nojentos" e "lixo" eram gritados para os repórteres, mesmo depois de Bolsonaro deixar o local.

No domingo, durante manifestação a favor de Bolsonaro, jornalistas foram agredidos, empurrados e xingados por apoiadores do presidente. Nesta terça, Bolsonaro afirmou que houve um "superdimensionamento" do caso porque o interesse da imprensa é "nós tirar daqui".

Registros de Covid-19 se estabilizam na Espanha e custos são elevados para a economia

MADRI (Reuters) - A Espanha registrou seu terceiro dia consecutivo com menos de 200 mortes por Covid-19, mas um número recorde de pessoas que reivindicam benefícios da previdência social para abril mostrou para a economia o custo de controlar a epidemia.

O país está gradualmente emergindo de uma quarentena rigorosa, com pequenos negócios, como floristas e ferreiros, abrindo as portas com restrições nesta semana. Os espanhóis, que ficaram em casa por mais de seis semanas, agora podem praticar exercícios.

Mas o governo de coalizão do primeiro-ministro Pedro Sánchez deve buscar aprovação parlamentar na quarta-feira para outra extensão do estado de emergência, o que lhe dá amplos poderes para impor o fim do confinamento.

O Partido Popular, de oposição, informou que não apoiará outra extensão de duas semanas ao estado de emergência, que termina no sábado, dizendo que Sánchez deveria usar a legislação para navegar rumo à normalidade.

A tensão política ocorre em um momento crítico, enquanto o governo busca reviver uma economia atingida pelos efeitos do surto de Covid-19 que matou mais de 25 mil pessoas na Espanha --um dos maiores registros de mortes no mundo-- e deixou milhares sem trabalho.

O Ministério da Saúde registrou 185 novas mortes nas últimas 24 horas, o terceiro dia consecutivo abaixo de 200. O número total de casos diagnosticados aumentou para 219.329, ante 218.011 no dia anterior.

"Os números são favoráveis. Tudo indica que estamos em uma posição muito boa para o processo de transição que vamos realizar nos próximos dias", disse o diretor do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências em Saúde, Fernando Simón, em entrevista coletiva.

Em um sinal de como as medidas de quarentena geraram uma grande tensão financeira para o Estado, dados desta terça-feira mostraram que o custo dos benefícios pagos aos 5,2 milhões de pessoas, dependendo total ou parcialmente dos benefícios de desemprego em abril, mais que triplicaram em relação ao ano anterior, chegando a 4,5 bilhões de euros.

O valor representa os maiores gastos da história em auxílios-desemprego na Espanha.

Fonte: Notícias Agrícolas

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