Analista do NA aponta que vídeo emocionante de apoiadora de Bolsonaro seria uma "armação"

Publicado em 02/04/2020 17:56 e atualizado em 02/04/2020 18:38
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Fernando Pinheiro Pedro - Analista do NA e Jornalista

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Entrevista com Fernando Pinheiro Pedro - Analista do NA e Jornalista sobre o Comentário da Notícia

 

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O analista do NA, Fernando Pinheiro Pedro, jogou um verdadeiro "balde de água fria" no entusiasmo dos seguidores de  Jair Bolsonaro que haviam se emocionado com video postado na manhã de hoje, onde uma mulher, dizendo-se professora particular desempregada, pede ao presidente da República que invista contra "governadores que não querem deixar o povo trabalhar", e, muito exaltada, pede a intervenção militar.

Bolsonaro, parecendo surpreendido, ouve em silencio a fala da mulher, e diz, depois, que ela "falava por milhões de brasileiros". Na sequencia, o próprio presidente replicou o video - que ganhou as manchetes e se tornou um dos "trend-tops" da internet.

Fernando Pinheiro Pedro diz, no entanto, que o vídeo foi uma "armação", com enredo e script previamente combinado, e que o presidente foi levado à uma armadilha.

-- "O que menos precisamos, neste momento, é o acirramento dos animos", diz o analista do NA, para quem a provável "armação" teria partido do gabinete de comunicação do Palácio, (o chamado gabinete "do ódio"), frequentado pelo filho mais novo do presidente, o vereador pelo Rio, Carlos Bolsonaro.

Pinheiro Pedro diz que o presidente está, nesse momento, "extremamente pressionado" para decidir pela alteração do confinamento total a que está submetida a população brasileira por força do ataque do coronavírus.

-- "É uma decisão dificil, de enfrentamento da questão da saúde, mas necessária para evitar os efeitos da segunda pandemia, que é a destruição de nossa economia. E esse tipo de ação tresloucada não contribui em nada para o avanço que se espera do Governo, para tirar nosso País da dificuldade em que se encontra".

(Acompanhe  o comentário no vídeo acima).

Bolsonaro divulga vídeo de apoiadora com crítica a governadores e diz que ela "fala por milhões"

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro divulgou nas redes sociais um ataque de uma apoiadora às medidas de isolamento social adotadas por governadores, feito na manhã desta quinta-feira em frente ao Palácio do Alvorada, e respondeu à mulher que ela "falava por milhões."

A cena aconteceu na saída de Bolsonaro. A mulher, que se diz professora, pede a Bolsonaro que abra o comércio, "ponha os militares na rua" e diz que quer voltar a sua "vida normal".

"Abre esse comércio. E esses governadores querem o quê? Eles têm o dinheiro deles. A gente tem o senhor. Por que querem derrubar o senhor?", diz a mulher.

Depois de ouvir sério o depoimento, Bolsonaro responde: "Pode ter certeza de que a senhora fala por milhões de pessoas."

O presidente publicou o vídeo em sua página no Facebook, chamando o vídeo de "comovente depoimento", e pede que seus seguidores compartilhem.

Depois de fazer um pronunciamento na terça-feira em que propôs um pacto com os demais Poderes e os governadores para enfrentar a epidemia de coronavírus, na quarta e na quinta Bolsonaro inicia o dia com postagens com ataques aos governos estaduais.

Na quarta-feira, o presidente postou um vídeo falso que mostraria a Ceasa de Belo Horizonte vazia e um homem acusando os governadores de causarem desabastecimento. Pouco mais de duas horas depois de ter sido provado que o vídeo era falso, Bolsonaro o apagou das redes. À noite, pediu desculpas pela postagem.

Como mostrou a Reuters, isolado, o presidente foi convencido por ministros e por recados de outros Poderes a moderar o discurso no pronunciamento de terça-feira. No entanto, o presidente é contrário às medidas de isolamento social e entrou em disputa aberta com os governadores --especialmente João Doria (PSDB), de São Paulo, e Wilson Witzel (PSC), do Rio de Janeiro-- contra as medidas restritivas tomadas nos Estados.

Na semana passada, em seu primeiro pronunciamento, Bolsonaro chamou a Covid-19 de "gripezinha" e pediu que as pessoas voltassem ao trabalho. O apelo do presidente foi extremamente criticado, mas animou seus apoiadores.

A espera pelo presidente em frente ao Alvorada, que havia sido reduzida a zero na maior parte dos dias, voltou a crescer, mesmo que não tenha atingido os níveis pré-epidemia. Nesta quinta, cerca de 15 pessoas estavam no local.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu, repórter da Reuters)

Bolsonarovolta a falar em 'remédio em excesso' de alguns governadores e prefeitos

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar governadores nesta quinta-feira, 2. Em transmissão ao vivo na sua chegada ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro citou as medidas de restrição adotadas por chefes estaduais e criticou, em especial, o governador de São Paulo, João Doria.

"Eles (governadores) acabaram com o comércio. O Doria acabou com o comércio na estrada. Não pediu para mim, não conversou comigo, para fazer aquela loucura", declarou.

Segundo Bolsonaro, o "remédio" de Doria contra a crise foi superdosado e se tornou um "veneno". "Ele tem que ter uma fórmula agora de começar a desfazer o que ele fez de excesso há pouco tempo. Não vai cair no meu colo essa responsabilidade", declarou.

Na conversa com apoiadores, o presidente retomou o discurso indicando que os brasileiros quebrem o isolamento social e voltem ao trabalho. "A segunda onda que vem em função do desemprego vai ser terrível", declarou.

O presidente afirmou ainda que a arrecadação do ICMS "acabou" e por isso os Estados terão dificuldade em pagar a folha de pagamentos nos próximos meses. Ele destacou que desde o início tem "apanhado" dos governadores por seu posicionamento.

"Tem uma ponte que foi destruída, que é a roda da economia, que é o desemprego proporcionado por alguns governadores", disse. Bolsonaro fez questão de enfatizar que sua declaração se referia a chefes estaduais específicos: "Em especial de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina. E se eu não me engano, Rio Grande do Sul prorrogou (restrições) por mais 30 dias".

O líder do Executivo sugeriu ainda que há uma competição entre os governadores para ver quem toma mais medidas de restrição. Ele criticou os chefes estaduais por não irem às ruas falar com o povo. "Duvido que um cara desses, um governador desses, um Doria da vida, um (Carlos) Moisés (governador de Santa Catarina), vai no meio do povo."

Epidemia do coronavírus não é tudo isso que estão pintando, diz Bolsonaro

  • BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que desconhece qualquer hospital no Brasil que esteja lotado por conta do coronavírus, e que a epidemia “não é tudo isso que estão pintando”, mais uma vez minimizando o avanço da doença que já deixou quase 300 mortos no país.

"O vírus é uma coisa que 60% ou 70% vai ter. Não vai fugir disso. A tentativa é de atrasar a infecção para os hospitais poderem atender. Eu desconheço qualquer hospital que esteja lotado. Desconheço. Muito pelo contrário", disse Bolsonaro a pastores que o esperavam em frente ao Palácio da Alvorada.

O presidente citou um hospital do Rio de Janeiro, o Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, que afirmou ter 200 leitos e apenas 12 ocupados até agora.

"Então, não é isso tudo que estão pintando, até porque, no Brasil, a temperatura é diferente, tem muita coisa diferente aqui", afirmou.

Apesar de ter mostrado um tom mais moderado e proposto um pacto entre Poderes e com os governadores em pronunciamento na terça-feira, Bolsonaro voltou a atacar não apenas os governadores, mas também outras autoridades que teriam criticado sua postura.

O presidente tem se manifestado contrário às medidas de isolamento social recomendadas pelas autoridades de saúde e decretadas em diversos Estados para combater o coronavírus, afirmando que os impactos econômicos são piores do que a própria doença.

"Duvido que um cara desses, um governador desses, um Doria da vida (João Doria, governador de São Paulo), um Moisés (Carlos Moisés, governador de Santa Catarina), vai no meio do povo. Não vai. Algumas outras autoridades que me criticam, vai lá conversar com o povo. A justificativa é 'não vou porque posso pegar...'. Tá com medinho de pegar vírus? Tá de brincadeira", ironizou.

Bolsonaro reclamou que o governador de Santa Catarina, que é do PSL, partido pelo qual Bolsonaro foi eleito mas com o qual rompeu posteriormente, ganhou a eleição por sua causa, e que agora é um dos governadores que insistem em medidas de isolamento social.

"Tem uma ponte que foi destruída, que é a roda da economia, que é o desemprego proporcionado por alguns governadores. Deixar bem claro: alguns governadores. Porque daqui a pouco vai a imprensa falar que eu estou atacando governador. Em especial de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina. Se eu não me engano, Rio Grande do Sul também prorrogou por mais 30 dias", reclamou.

Bolsonaro repetiu ainda que sua posição é de que não se pode parar de trabalhar, contrariando mais uma vez as orientações que o Ministério da Saúde tem dado, de que se mantenha o isolamento social. Segundo ele, depois da epidemia virá uma "segunda onda terrível", que é o desemprego.

"Temos que convencer governadores a não ser tão radicais", disse.

Segundo Bolsonaro, os governadores estão cobrando ajuda financeira do governo federal para compensar a queda da arrecadação do ICMS, ocorrida porque comércio e empresas estão fechadas devido à epidemia.

"É aquela história: o corpo está doente, vamos dar o remédio. Se der três ou quatro doses a mais, é veneno. É o que o governador fez em São Paulo: um veneno", disse, afirmando que com a falta de ICMS São Paulo teria dificuldades para pagar a folha de servidores.

"Ele quer agora vir para cima de mim. Ele tem que ter uma fórmula agora de começar a desfazer o que ele fez de excesso há pouco tempo. Não vai cair no meu colo essa responsabilidade. Desde o começo eu estou apanhando dele e mais alguns exatamente por falar isso", afirmou.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu, da Reuters).

Bolsonaro: 'Desconheço qualquer hospital que esteja lotado, desconheço' (Estadão)

O presidente Jair Bolsonaro declarou nesta quinta-feira, 2, que desconhece hospitais lotados no Brasil por conta da covid-19 e que a doença "não é tudo isso que estão pintando".

"Eu desconheço qualquer hospital que esteja lotado. Desconheço. Muito pelo contrário", afirmou para apoiadores na frente do Palácio da Alvorada. O presidente citou caso de hospital no Rio de Janeiro para exemplificar sua opinião: "Tem um hospital no Rio de Janeiro, um tal de Gazolla (Hospital Municipal Ronaldo Gazolla), que se não me engano tem 200 leitos, só tem 12 ocupados até agora". Bolsonaro justificou que o Brasil é um caso "diferente".

Nesta quinta-feira, o País registrou 299 mortes por covid-19 e 7 910 casos confirmados. Em todo o mundo, são cerca de 37 mil mortes e mais de 783 mil casos confirmados, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). "O vírus é uma coisa que 60% (da população) vai ter ou 70%", declarou Bolsonaro.

O presidente reforçou o posicionamento contra o isolamento social. Ele destacou que desde o começo defendeu que a população "não pode deixar de trabalhar" em meio a crise. "A segunda onda que vem em função do desemprego vai ser terrível", declarou. Segundo ele, o País ainda terá "muita tormenta", mas sairá "muito mais forte" da crise.

Temos que continuar com política de isolamento para atravessar abril, diz Mourão

O vice-presidente, Hamilton Mourão, defendeu nesta quinta-feira, 2, a manutenção da política de isolamento social para achatar a curva da propagação do novo coronavírus em abril, quando deve acontecer o pico da epidemia no Brasil. Segundo ele, assim como outros países, o Brasil julgou a velocidade de propagação do vírus.

"Ainda estamos naquele momento pré-pico. A avaliação é que nós temos que continuar com a política de isolamento, no sentido de atravessarmos esse abril, quando se espera que pico da doença comece a ocorrer a partir do dia 20, 25. (...) De modo que nosso sistema de saúde e, principalmente, a chegada de insumos que estão sendo comprados, permita que a gente supere esse momento", afirmou em entrevista ao vivo transmitida pelo BTG Pactual.

Sobre as medidas econômicas de apoio à população, o vice-presidente afirmou que há um limite financeiro que pode ser gasto pela União. Questionado sobre a postura do Congresso Nacional, Mourão afirmou que é necessário ter cuidado para que não haja desperdícios e que os gastos sejam, efetivamente, para combate ao coronavírus e seus efeitos e não permanentes.

Fonte: Notícias Agrícolas/Reuters

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