E se Bolsonaro estiver certo? Seriam os governadores exterminadores de empregos?

Publicado em 23/03/2020 12:07 e atualizado em 24/03/2020 06:35
Análise com Fernando Pinheiro Pedro, vice-presidente da Associação Paulista de Imprensa
Antônio Fernando Pinheiro Pedro - Advogado e Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa

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E se Bolsonaro estiver certo? Seriam os governadores exterminadores de emprego?

 

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Com a sociedade preocupada com a pandemia do novo coronavírus, as atitudes dos Presidente da República, Jair Bolsonaro, estão chamando a atenção por não querer paralisar totalmente as atividades econômicas. No entanto, a preocupação do governo atual é que a doença não comprometa ainda mais o crescimento econômico do País. 

Segundo o Advogado e Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa, Antônio Fernando Pinheiro Pedro, a personalidade do presidente é marcada pela a teimosia e obstinação. “Foi pelo fato de ele ter essa personalidade que elegemos como o presidente do Brasil, isso é reconhecido com qualidade nos momentos de crises”, comentou em entrevista ao Notícias Agrícolas.  

A maioria dos países estão preocupadas em evitar a disseminação da doença e também em não interromper as atividades econômicas. “É muito importante tomar muito cuidado antes de paralisar toda a economia do ocidente. Nós temos uma previsão já estabelecida que se as medidas de quarentena das formas como estão sendo tomadas podemos ter uma volume de desempregados de 40 milhões”, alerta Pinheiro.  

De acordo com uma pesquisa realizada pela a XP Investimentos, apontou que 63% da população atribui que as melhores medidas adotadas estão sendo feitas pelo o presidente e 37% aos governadores. “O presidente também precisa se comunicar às pessoas que são responsáveis pela a atividade produtiva do País, na qual necessitam ver uma liderança postado como um chefe de estado”, destacou.  

Pinheiro explica que para impedir uma queda na economia brasileira será necessário adotar um plano marshall, em que os países contribuem recursos financeiros. “Nós vamos precisar dos bancos dos Brics, que envolve Rússia, China, Brasil e África do Sul. É fundamental nós trabalharmos com essa alternativa”, relata.

Focar em intrigas deixa pessoas menos informadas sobre covid-19, diz Bolsonaro (Estadão)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 23, que, quanto mais jornalistas falarem sobre assuntos de "intriga e poder" entre ele e governadores, menos informada ficará a população sobre o combate ao novo coronavírus "e mais pânico será alimentado".

Em uma sequência de publicações no Twitter, o presidente ressaltou "importantes reuniões" realizadas com governadores estaduais das regiões Norte e Nordeste, depois das quais o governo federal anunciou R$ 88,2 bilhões em medidas de apoio a Estados e municípios na contenção dos impactos socioeconômicos da pandemia da covid-19. "Mas alguns jornalistas insistem em falar de assuntos que alimentam intrigas, fofocas e pânico", emenda.

"É preciso cuidar da saúde física, mas também emocional dos brasileiros. É nosso dever protegê-los com coragem, tranquilidade e sabedoria. Façam isso e terão meu apoio!", escreveu o presidente.

Nas últimas semanas, Bolsonaro vem recebendo críticas de alguns governadores por atitudes como a de, no último dia 15 - já em meio a recomendações do Ministério da Saúde de se evitarem aglomerações -, ir cumprimentar, abraçar e tirar fotos em frente ao Palácio do Planalto com algumas centenas de pessoas que se manifestavam a seu favor e contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).

No domingo, 22, à noite, em entrevista à Record TV, Bolsonaro se referiu ao que chamou de "parte" dos governadores de "verdadeiros exterminadores de emprego", acrescentando que a crise originada pela paralisação da maior parte da atividade econômica nos Estados é "muito pior do que o próprio coronavírus vem causando no Brasil e pode causar ainda".

Na mesma entrevista, ele alegou que "a grande mídia" e governadores estão "de olho" na sua cadeira e querem tirá-lo do poder "de qualquer maneira". "Se puder antecipar minha saída, eles farão isso daí. Mas da minha parte não terão oportunidade disso." Bolsonaro ainda listou eventos que contaram com número grande de presentes a que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), havia comparecido no início do mês. Na véspera, falando à CNN Brasil, Bolsonaro chamou Doria de "lunático".

Bolsonaro sobre reuniões com governadores: 'cooperação e entendimento' imperaram

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, que a "cooperação" e o "entendimento" foram as palavras que imperaram nas reuniões com governadores do Norte e Nordeste. A declaração, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, aconteceu após presidente participar de videoconferência com governadores da região.

Durante a tarde, o presidente anunciou um pacote de R$ 85 bilhões para ajudar Estados e municípios no combate a pandemia do novo coronavírus. A medida aconteceu após uma série de críticas do chefe do Executivo a ações estabelecidas por alguns governadores. Nesta tarde, no entanto, o presidente afirmou que os pleitos dos Estados "eram justos".

"Sabemos que temos um inimigo em comum, o vírus. Bem como, também sabemos que o efeito colateral que pode ser o desemprego pode ser combatido. Partindo dessa premissa, foram duas reuniões excepcionais onde anunciamos respostas às cartas dos governadores e de associações representativas", disse.

O presidente afirmou que os governadores se mostraram "bastante satisfeitos" com as respostas do governo e que amanhã irá se reunir com representantes do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Bolsonaro também fez um apelo à Câmara dos Deputados para que olhem para as propostas do governo que tramitam na Casa. "Todos nós devemos sair fortalecidos e com sensação de dever cumprido ao final dessa batalha", disse.

 

 

Por: João Batista Olivi e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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