Coronavírus atinge principal parceiro comercial do Brasil e impactos na economia são o maior problema

Publicado em 03/02/2020 16:50
Entrevista com Antônio da Luz - Economista - FARSUL sobre os Impacto do Coronavírus para a economia
Antônio da Luz - Economista - FARSUL

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Entrevista com Antônio da Luz - Economista - FARSUL sobre os Impacto do Coronavírus para a economia

 

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A epidemia de coronavírus na China provocará enormes impactos na economia brasileira, "cuja dimensão ainda está inteiramente compreendida, mas com mudanças que já estão em pleno andamento", alerta Antonio da Luz, economista-chefe da Farsul, Federação da Agricutura e Pecuária do Rio Grande do Sul. 

-- "Não se trata de previsões, teorias, achismos. É o fato. Nosso maior parceiro, responsável por 2/3 de nossas exportações, entrou em profunda crise economica, abalado pela disseminação do coronavírus. Os negócios pararam. Eles querem continuar a receber nossos produtos, mas não há como. Tudo está parado", conta Antonio da Luz em entrevista ao Notícias Agrícolas.

Os relatos recebidos na Farsul são os mesmos transmitidos pelas agencias de notícias. "Temos contato direto com o adido comercial da CNA em Pequim. E ele nos conta que a capital chinesa está às moscas, vazia; o País está parado, em luta contra o vírus. Ninguem pode sair de casa, a não ser em caso extremo. É uma situação pavorosa".

A consequencia é que os negócios estagnaram. "A dificuldade logistica, de entrega das mercadorias, é um dos imperativos que impedem os negócios. O recebimento de mercadorias da China travou nos aeroportos e portos".

Antonio da Luz recomenda que os produtores não esperem e participem do mercado. "Se houver negócios que remunerem, seja pelo preço, seja pelo câmbio, não há porquê hesitar". (veja a entrevista acima).

Preços do petróleo tocam mínimas de 13 meses conforme coronavírus afeta demanda

NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo recuaram para os menores níveis em mais de um ano nesta segunda-feira, uma vez que o surto de coronavírus reduziu a demanda pela commodity na China, enquanto abre espaço para possíveis cortes de produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados.

O petróleo Brent fechou em queda de 2,17 dólares, ou 3,8%, a 54,45 dólares por barril, menor cotação desde janeiro do ano passado.

Já o petróleo dos Estados Unidos recuou 1,45 dólar, para 50,12 dólares o barril, após tocar mínima de 49,91 dólares na sessão. O valor de referência norte-americano também registrou o menor nível desde janeiro de 2019.

"Nós nunca vimos um evento de destruição de demanda nessa escala e se movendo tão rapidamente", disse Phil Flynn, analista do Price Futures Group em Chicago.

À medida que o surto da doença afeta a demanda por combustíveis na China, maior importadora de petróleo do mundo, a Sinopec pediu para que suas refinarias reduzam operações neste mês em cerca de 600 mil barris por dia (bpd), ou 12%, o corte mais acentuado em mais de uma década.

Diante do impacto do coronavírus sobre a demanda, a Opep e aliados, que formam o grupo conhecido como Opep+, estão considerando cortes adicionais de produção de 500 mil bpd, disseram à Reuters três fontes da Opep e uma fonte do setor.

"O mercado precisa de garantias de que a equação oferta/demanda permanece equilibrada para que os preços cheguem a um piso. Isso sugere um comprometimento da Opep não apenas com a extensão dos cortes de oferta de petróleo, mas até mesmo com a implementação de cortes ainda mais profundos a partir de março", disse Hussein Sayed, analista da FXTM.

Mortes por coronavírus na província de Hubei sobem para 414 até 3 de fevereiro

PEQUIM (Reuters) - O número de mortes na província de Hubei, no centro da China, devido a uma epidemia de coronavírus aumentou em 64 para 414 até a segunda-feira, informou a televisão estatal chinesa nesta terça-feira (horário local).

Houve mais 2.345 casos detectados em Hubei, o epicentro do surto, elevando o total na província para 13.522 .

Brasil decide reconhecer estado de emergência para facilitar atendimento de brasileiros vindos de Wuhan

BRASÍLIA (Reuters) - O governo brasileiro irá reconhecer o estado de emergência sanitária internacional para o coronavírus para agilizar o processo de preparação do país para receber os brasileiros que serão trazidos de Wuhan, na China, disse nesta segunda-feira o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

O ministro ressaltou que o governo brasileiro pretendia esperar a decretação do estado de emergência para o caso do Brasil confirmar um caso da doença. No entanto, decidiu antecipar a medida para que possam ser adquiridos equipamentos, medicamentos e outras materiais necessários para a quarentena em que serão postos os brasileiros que vierem de Wuhan.

"Vamos entrar em um nível 3 por um ato discricionário do ministro da Saúde para poder dar as condições dos demais órgãos poderem fazer contratação. Como se faz um avião sair daqui até a China, as pessoas que vão ter que ser designadas para ficar em um ambiente que vai ser espaço de quarentena, equipamentos, enfim. Que é uma situação totalmente de atípica", disse o ministro depois de uma reunião no Palácio do Planalto onde foi discutido o atendimento aos brasileiros que devem ser trazidos de Wuhan.

O estado de emergência permite que o governo realize essas despesas sem precisar fazer licitações.

Segundo Mandetta, a emergência será decretada ainda nesta segunda através de uma portaria do Ministério da Saúde.

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo brasileiro não tinha intenção de trazer os brasileiros a menos que pudesse deixá-los de quarentena, mas o Brasil não tem legislação para isso.

No final de semana, Bolsonaro anunciou que o governo iria sim trazer os brasileiros e criar um serviço de quarentena, depois que brasileiros que estão em Wuhan gravaram um vídeo fazendo um apelo a Bolsonaro pela repatriação.

Segundo Mandetta, também ainda nesta segunda o governo deve publicar uma medida provisória criando uma legislação nacional sobre quarentenas para emergências de saúde pública. A intenção é que os brasileiros repatriados de Wuhan sejam mantidos em quarentena por 18 dias, até ser descartado que algum deles esteja contaminado.

Uma unidade de isolamento será criada em uma base militar, em local ainda a ser devido. Mais cedo, em entrevista à rádio Gaúcha, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que uma das possibilidades mais fortes seria na cidade goiana de Anápolis, mas o governo também estudava a possibilidade de Florianópolis (SC) ou alguma cidade do Nordeste.

O ministro da Saúde explicou que ainda não há uma definição. Segundo ele, Anápolis tem a vantagem de estar próxima a Brasília, onde há estrutura de hospitais federais e das forças armadas, caso seja necessário o atendimento. A base da cidade goiana também já foi usada para isolamento no caso do acidente em Goiânia com o césio 137, em 1937.

No caso de Florianópolis, a vantagem seria o uso de uma base, em uma das ilhas, que já seria isolada e não atrapalharia o funcionamento diário da unidade.

Mais tarde, Bolsonaro disse à TV Band que a quarentena deve ocorrer na base goiana.

"A questão da quarentena está certa que vai ser a base da Aeronáutica de Anápolis, já conversaram com o governador Ronaldo Caiado no tocante a isso. Nós temos pressa, acho que está tudo levantado", disse.

Mandetta não confirmou a informação dada mais cedo por Onyx de que a aeronave para buscar os brasileiros deveria sair até terça-feira, voltando da China até sexta-feira. Afirmou apenas que será feito o mais rapidamente possível.

Segundo o ministro, o Itamaraty confirmou o interesse de 40 brasileiros de embarcaram de volta para o país. Nesse momento, o Brasil está em tratativas diplomáticas com o governo chinês para liberar a entrada em Wuhan e a retirada dos brasileiros, já que toda a cidade está em isolamento.

"Vamos trazer as pessoas que quiserem vir e as que estiverem em condições de vir", disse o ministro, ressaltando que não será possível embarcar alguém que mostre algum sinal de infecção, como febre.

QUESTÃO LEGISLATIVA

A iniciativa do governo de editar uma medida provisória para regulamentar a quarentena, no entanto, pode não ser o melhor instrumento legislativo, alertou o presidente da Câmara nesta segunda-feira após cerimônia de abertura dos trabalhos legislativos.

Segundo ele, a MP precisa obrigatoriamente passar por uma comissão mista e só então é encaminhada ao plenário da Câmara, que, ao analisá-la, a envia ao Senado.

“Se o governo está com essa pressa e precisa votar amanhã, então seria melhor encaminhar um projeto de lei”, afirmou.

“Porque aí um projeto de lei eu posso votar amanhã. Eu voto a urgência e na mesma hora eu voto o projeto”, explicou.

DÚVIDAS

Já o cônsul-geral da China no Rio de Janeiro, Li Yang, disse nesta segunda-feira que o governo brasileiro deveria manter seus cidadãos no país asiático em vez de repatriá-los, argumentando que os chineses tem estrutura, conhecimento e investimentos necessários para conter o avanço do coronavírus.

Para o cônsul, a retirada de estrangeiros da China pode aumentar o risco de difusão do novo vírus.

“Será que é benéfico retirar as pessoas de Wuhan? Os cientistas chineses conhecem melhor essa doença e esse vírus. As medidas tomadas pela China e pelo setor médico chinês são mais eficazes”, disse a jornalistas.

Coronavírus: países elevam restrições

São Paulo - As Filipinas registraram no sábado (1º) a primeira morte pelo novo coronavírus fora da China. Com o anúncio do óbito e o aumento de casos confirmados fora do território chinês, crescem no mundo as restrições de viagem impostas à China e a estrangeiros que visitaram o país.

Pelo menos mais sete países anunciaram no domingo, 2, novas medidas contra viajantes procedentes da China. Eles seguem a decisão de países como Estados Unidos e Austrália, que já haviam anunciado a proibição da entrada de estrangeiros que estiveram na China.

Nos EUA, onde as três maiores companhias aéreas suspenderam todos os voos para a China, o veto à entrada teve início na noite de domingo.

O governo filipino foi um dos que seguiram a medida e anunciaram também no domingo a proibição da entrada de chineses ou estrangeiros que estiveram na China nos últimos 14 dias. O país já tinha uma restrição de acesso para pessoas vindas da província de Hubei, onde o surto começou, mas anunciou que o veto foi ampliado para todo o território chinês, incluindo as regiões autônomas, como Hong Kong e Macau.

O paciente morto por coronavírus nas Filipinas era um homem de 44 anos, cidadão chinês, que esteve na China e teve contato com o primeiro caso confirmado nas Filipinas. Ele chegou de Hong Kong no dia 21 de janeiro e deu entrada em um hospital de Manila quatro dias depois, com pneumonia.
Indonésia, Vietnã e Nova Zelândia também anunciaram o veto a entrada de estrangeiros vindos de cidades chinesas, assim como o cancelamento de voos para o local.

Já a Índia anunciou que suspendeu a emissão de vistos eletrônicos para visitantes chineses e cancelou os já emitidos.

A Coreia do Sul, por sua vez, também informou que vetará a entrada de estrangeiros procedentes da China, mas, por enquanto, restringirá o acesso apenas dos viajantes vindos da província de Hubei. A medida terá início amanhã.

A Rússia, que já havia anunciado o fechamento das fronteiras terrestres e a suspensão da emissão de vistos de turismo, também irá paralisar as operações dos trens que fazem o trajeto entre os dois países, o que inclui a rota Pequim-Moscou.

OMS contra

As decisões vão contra a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que aconselhou os países a não restringirem viagens e o comércio. Como pontos negativos das restrições estão a dificuldade de deslocamento de profissionais de saúde a locais mais críticos e o risco de imigração ilegal, o que dificultaria o controle do vírus, já que viajantes que entram de forma clandestina em outro país não estão sujeitos a medidas de controle sanitárias.

O número de casos confirmados em outros países vem crescendo. Segundo boletim divulgado neste domingo pela OMS, 14 novos registros foram confirmados no dia anterior, o que eleva para 146 o número de infecções fora da China. Nenhum país novo entrou para a lista nos últimos dois dias, mas 23 nações já notificaram registro da doença.

Japão (20 casos), Tailândia (19) e Cingapura (18) são os países com o maior número de contaminados sem considerar a China, onde o vírus já infectou 17,2 mil pessoas e matou 361, segundo balanço deste domingo. (Com agências internacionais).

Bolsonaro diz que brasileiros devem ficar de quarentena na base de Anápolis (GO)

Em entrevista para a TV Band, o presidente Jair Bolsonaro confirmou que os brasileiros que estão na região chinesa de Wuhan e que forem repatriados serão colocados em quarentena na base aérea que fica em Anápolis, em Goiás.

Segundo Bolsonaro, já está acertado com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), que a base receberá os brasileiras. O presidente também disse contar com a colaboração do Congresso, cujos trabalhos em 2020 tiveram início hoje, para a aprovação de uma lei que regulamenta a quarentena. "Já conversei com o Maia. Em 48h se aprova a lei na Câmara e no Senado", disse Bolsonaro, em referência ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

À Band, o presidente também comentou sobre a viagem recente à Índia. Disse que o país asiático "é um mercado muito grande, que tem muita coisa em comum conosco" e que o Brasil pode lucrar ao exportar tecnologia usada na produção de etanol.

Fonte: Notícias Agrícolas/AgenciaEstado

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