Valorização do Yuan vai estimular aumento das importações chinesas, mas Brasil pode perder espaço para os EUA
Recentemente, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos determinou que a China não deve mais ser designada como manipuladora de moeda de câmbio. A decisão foi feita em um momento em que China e Estados Unidos estão prestes a assinar a "Fase 1" de um robusto acordo comercial, que deve envolver também a compra de produtos agrícolas.
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Após a retirada da designação, a moeda chinesa teve uma valorização frente ao dólar. No nível mais forte desde 1º de agosto de 2019, a taxa de paridade do Yuan se fortaleceu em 309 pontos, para 6,8954 contra o dólar, segundo o Sistema do Comércio de Divisas da China (CFETS).
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Com a valorização do Yuan, fica mais barato para a China importar, o que irá beneficiar a indústria americana. Com os produtos chineses menos competitivos, a indústria brasileira também será favorecida. Porém, no mercado de commodities, isso pode significar em uma preferência chinesa por produtos agrícolas americanos.
Neste cenário, para se manter competitivo o Brasil deverá focar em sua economia interna e fomentar investimentos para agregar valor nas exportações agrícolas.