Reforma do estado muda o foco: ao invés de aumentar receitas (e impostos), quer diminuir os custos
Para debater sobre a Reforma Administrativa proposta na terça-feira (6) pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro, o Notícias Agrícolas conversou com Antônio da Luz, economista da Farsul.
O economista afirma que a apresentação da Reforma do Estado foi um dos dias mais importantes para o novo padrão de economia que o país está começando seguir, dentro desses 300 dias de governo. "Eu vi ali um embrião de um Brasil diferente, um Brasil em que há muitos anos a gente defende essas mudanças", afirma.
Bolsonaro e Guedes entregam proposta econômica ao Congresso
Destacou ainda a importância das grandes mídias também terem apoiado as medidas propostas. "As questões econômicas são um pouco mais quadradas, existe o certo e o errado, simples. E a mídia me parece, que nessa questão, entendeu bem a necessidade de alterar as questões econômicas brasileiras", comenta.
Entre os pontos apresentados pelo Governo, existe também o processo de privatização. Para o economista, para o agronegócio, é o ponto mais importante da proposta. Ele explica que todo o pacote é um conjunto de medidas que passa por mudanças na Constituição, três são encaminhadas para Câmara e três para o Senado.
"Esse pacote é totalmente diferente. Ele não olha em nenhum momento para a receita, ele olha para o custo do estado. Ele não enfrenta o lado da receita, ele enfrenta o lado do custo", afirmando que o conjunto de medidas mira diretamente para o problema, que é o gasto público.
Ele explica ainda que atualmente, para conseguir privatizar, é preciso driblar uma série de obstáculos que aparecem no caminho. Segundo ele, o que o Governo está propondo é que ao invés de fazer as contas tradicionais de receita e a Reforma do Estado está visando tratar com que o setor privado consiga resolver os problemas de forma mais eficiente.
Já os pontos que vão para o Senado, tem o pacto federativo, que o economista também considera importante. "É algo que nós pegamos os recursos futuros, sobre tudo do pré-sal, e falamos para a sociedade que não estamos olhando para o problema do país pelo lado da receita, estou olhando pelo lado da despesa. Então, eu governo federal, vou enxurgar os meus custos e a receita que poderia vir para mim, eu vou passar para estados e municípios", explica.
Ele caracteriza a ação como "mais Brasil e menos Brasília", defendendo que as ações são necessárias para a economia alavancar nos próximos dias. Para Antônio, os efeitos positivos de todas as reformas que estão propostas devem começar aparecer 100% para toda a população apenas em 30 anos. "É por isso que nós não podemos procrastinar com assuntos sérios. Essas reformas todas que nós estamos a comemorar, por estar discutindo elas, deveriam ter sido feitas na década de 90. Nós estamos 20 anos atrasados", afirma.
Confira a entrevista completa no vídeo acima
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