Dólar: Atuação do Banco Central no Brasil deve limitar efeitos da forte tendência de alta da moeda no cenário externo
Nesta quarta-feira (15), o Banco Central divulgou que algumas mudanças na maneira de atuar com o câmbio e decidiu vender dólares a vista através das reservas internacionais. O banco não realiza esse tipo de operação desde 2009 quando a economia brasileira enfrentava os efeitos da crise financeira internacional.
De acordo com o Economista Chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, a queda no dólar na última quarta-feira foi motivada pela as declarações do Banco Central. “O Banco pretende fazer uma atuação dupla, ou seja, pretende se movimentar através leilão de linhas de reservas e do cambial reverso”, comenta.
Diante desse cenário, os investidores começaram a se desfazer de algumas posições. “Existe um problema de fluxo de saída bastante expressiva de dólares do Brasil e também um conflito de posições compradas em dólar no nosso país que acaba pressionando demais a moeda”, afirma.
Apesar da queda de ontem, o mercado está com uma tendência de alta. “A moeda americana está com uma tendência de elevação bastante pronunciada contra a maioria das divisas e fica difícil lutar contra isso. Porém, Temos um cenário de que a atuação do Banco Central pode ser predominante no Brasil e que pode ser mudado com essa expectativa de alta do dólar”, destaca.
O economista aponta que o Banco Central está agindo com uma postura correta e técnica se comparada às gestões anteriores. “Na verdade o banco está buscando por ativos para evitar que alguma coisa, como um ataque especulativo contra a moeda brasileira que pode ser motivada pela a queda da selic e os movimentos internacionais em relação à divisão norte americanas”, salienta.
Com relação à recessão econômica global, Vieira ressalta que existem muitas informações acontecendo e que a curva de juros negativa está impactando alguns países. “O fato é que estamos passando por um momento inédito a nível global de todas as taxas de juros muito baixas, inclusive na Europa tem países que estão operando com a curva de juros negativa”, diz.
Economista afirma que no setor do agronegócio o dólar só pode ser importante no momento de vender o produto e de compras os insumos para a próxima safra. “O produtor não pode ficar desejando a moeda americana em patamares mais elevados quando venda e baixo quando precisa comprar. É preciso buscar por um dólar de equilíbrio, obviamente que em curto prazo e aproveitando situações pontuais tem que aproveitar ao máximo”, reforça.