Linguagem de Bolsonaro ("não vou mudar") se encaixa no imaginário popular, diz Nelson Barbudo
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Entrevista com Nelson Barbudo - Deputado Federal - PSL/MT sobre os Políticos econômicos
Nelson Barbudo é um dos 10 deputados mais econômicos do Brasil
Parlamentar mais votado em Mato Grosso nas últimas eleições, o deputado federal Nelson Barbudo (PSL) está entre os dez mais econômicos da Câmara dos Deputados. É o que aponta o ranking, divulgado pelo site Ranking dos Políticos, com base nas prestações de contas dos políticos dos valores oriundos da cota parlamentar. Tendo utilizado R$ 27,4 mil desde o início do seu mandato, Barbudo empregou 12,2% do valor a que tem direito.
O levantamento feito pelo portal, criado para acompanhar a atuação parlamentar, classificando deputados e senadores por critérios tais como, combate à corrupção, privilégios e desperdício da máquina pública, coloca o deputado de primeiro mandato como o 9º mais econômico do país. Os dados utilizados foram captados do Portal da Transparência da Câmara dos Deputados no último dia 22.
Leia a matéria na íntegra no site da Folha Max.
Bolsonaro cumprimenta empresários com palavrões e abraços de tirar do chão (na FOLHA)
O presidente Jair Bolsonaro se encontrou com empresários de seu núcleo de apoio mais próximo em Brasília nesta quarta-feira (31).
Foi uma recepção calorosa, com direito a abraços de tirar do chão os pés de seus visitantes. Ao ver Meyer Nigri (Tecnisa), Flávio Rocha (Riachuelo) e Luciano Hang (Havan), Bolsonaro os levantou no ar com abraços fortes.
"Rapaz, puta merda, puta merda", disse Bolsonaro ao abraçar Nigri. "Fala, Flavio, porra", disse enquanto abraçava Rocha.
O encontro foi registrado na agenda oficial do presidente nesta quarta, que marcava às 19h40 uma reunião com a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), o secretário de privatizações Salim Mattar, além dos empresários Hang, Nigri, Sebastião Bomfim (da rede varejista Centauro), Rocha e Winston Ling. (coluna Painel S. A.).
Bolsonaro diz que, mesmo após ataques, não vai mudar seu jeito de ser (exclusivo em O GLOBO)
Em conversa exclusiva com O GLOBO, Bolsonaro confirma que continuará falando à parcela da população mais conservadora e à direita, a primeira a aderir à sua candidatura (por Jussara Soares)
BRASÍLIA —O presidente Jair Bolsonaro tem um recado claro: ele não vai mudar. A repercussão negativa, e até críticas de aliados, a suas declarações nos últimos dias, com ataques a governadores do Nordeste e contestação de dados históricos da ditadura militar , estão longe de fazê-lo repensar o próprio comportamento. Em conversa exclusiva com O GLOBO, Bolsonaro confirma que continuará falando à parcela mais conservadora da população, a primeira a aderir à sua candidatura.
— Sou assim mesmo. Não tem estratégia. Se eu estivesse preocupado com 2022 não dava essas declarações — afirmou Bolsonaro, ao ser questionado se as falas recentes são planejadas ou apenas resultado de impulsividade.
O presidente recebeu a reportagem em seu gabinete no terceiro andar no Palácio do Planalto após a cerimônia em que lançou um amplo processo de flexibilização de segurança e saúde do Trabalho. Depois de uma curta entrevista coletiva com jornalistas, Bolsonaro estava subindo a rampa que liga o Salão Nobre ao seu gabinete quando foi abordado pela reportagem, que pediu uma conversa com ele. Imediatamente, sem ouvir seus auxiliares da área de comunicação, pediu que os seguranças liberassem a repórter para acompanhá-lo.
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Planos para o garimpo
A conversa não pôde ser gravada. Na entrada do gabinete, os celulares tiveram que ficar guardados. Entretanto, Bolsonaro, que havia dito que não daria entrevista, emprestou a própria caneta Bic. Assim, suas declarações poderiam ser anotadas corretamente.
Como o encontro não estava previsto, a conversa, que durou 15 minutos, foi interrompida três vezes pelo ajudante de ordens para lembrá-lo que existiam outros dois compromissos à espera. Bolsonaro, mesmo com o alerta, deixou a conversa fluir e falou de vários assuntos, mesmo os incômodos. Afirmou que a imprensa o persegue, mas que não se importa mais.
— O dia que não apanho da imprensa eu até estranho — disse, rindo.
Hiperativo, o presidente revelou que acorda antes das 4h e começa disparar mensagens de WhatsApp a ministros e assessores. Alguns deles, contou, ganharam direito a toques especiais no celular: são os quatro ajudantes de ordens, que têm um alerta diferente para que Bolsonaro possa atendê-los o mais rapidamente possível.
Na defesa da exploração de áreas de garimpo pelo país, disse ter encomendado estudo ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para criar “pequenas Serras Peladas” no Brasil, que poderiam ser exploradas tanto por grupos estrangeiros como por povos indígenas.
— Mas a fiscalização seria pesada. E índio também poderia explorar — promete.
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— Porque eu ganharia (o recurso). Ele responderia por tentativa de homicídio. No máximo em dois anos estaria na rua. Agora, pela insanidade mental, é prisão perpétua.
Bolsonaro esquivou-se novamente de comentários aprofundados sobre o massacre no presídio de Altamira, no Pará, onde 58 detentos morreram, dos quais 16 foram decapitados, a maior carnificina em cadeias desde a registrada no Carandiru (SP) em 2001. Ele justificou que queria evitar “polêmica”.
— Já disse pela manhã na porta do Alvorada. Você estava lá? Pergunte às vítimas dos facínoras. Pergunte para elas o que acham, não vou criar polêmica — respondeu, confirmado com seus auxiliares o número total de vítimas.
O presidente disse que está conversando com grupos estrangeiros para transformar a Baía de Angra dos Reis, onde tem uma casa e chegou a ser multado no passado por pesca ilegal, no que ele vem chamando de “Cancún brasileira” . Segundo ele, empresários estão dispostos a investir “bilhões”, que gerariam empregos na região.
— Não vou dizer (quais são esses grupos). São conglomerados de países — afirmou, sinalizando, em seguida, que investidores de Emirados Árabes, Japão e Israel já teriam demonstrado interesse.
O desempenho no exterior de Eduardo Bolsonaro, seu filho deputado federal, é o assunto que mais o deixa, visivelmente, satisfeito. Para o presidente, cabe aos senadores aprovarem Eduardo como embaixador do Brasil nos Estados Unidos, mas ele está certo que o elogio feito nesta terça-feira pelo presidente americano , Donald Trump, o ajudará a conquistar os votos.
— A decisão é do Senado. Acho que a declaração do Trump hoje ajuda — disse.
Bolsonaro confirmou que está em franca aproximação com o presidente da Bolívia, Evo Morales, como visto durante a Cúpula do Mercosul, em Santa Fé, na Argentina, há duas semanas. Disse que o mandatário boliviano sorriu para ele, o que não tinha acontecido nem mesmo quando esteve em sua posse em janeiro. Afirmou ainda que os dois países buscam aproximação e que Morales demonstrou interesse em comprar um avião KC-390 da Embraer.
Quem manda
Questionado se a mudança de Morales não demonstra um caráter pragmático, que se adapta de acordo com as circunstâncias, Bolsonaro defendeu o boliviano.
— Não. Como eu disse hoje, todo mundo evolui — conta Bolsonaro, que usou Morales como exemplo para defender a sua tese contra as reservas indígenas. — Se na Bolívia um índio pode ser presidente, por que aqui tem que ficar confinado em uma uma área?
Nos quase 15 minutos de conversa, Bolsonaro deixou claro que quem manda é ele. O presidente tem uma agenda nesta quarta-feira de manhã em Anápolis (GO). A reportagem questionou, então, se ele pararia, como já vez em outra ocasião, para almoçar com caminhoneiros em uma rodovia. Um assessor disse que não, mas Bolsonaro o interrompeu:
— Não está previsto, mas, se tiver algo, eu aviso e muda na hora — justificou, confirmando que dá trabalho à equipe que cuida de sua proteção, subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Bolsonaro encerrou a conversa quando os participantes da próxima reunião, incluindo o ministro Jorge Oliveira (Secretaria-Geral), entraram no gabinete.
Secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten pediu que fosse feita uma foto da conversa.
— Não precisa. Não vou constrangê-la — disse o presidente, recebendo de volta a caneta Bic emprestada à repórter.
Para Bolsonaro, documentos que comprovam tortura e mortes são “balela”
Jair Bolsonaro disse a jornalistas que os documentos oficiais que comprovam torturas e assassinatos de ativistas e terroristas durante o regime militar são “balela”…
“Você acredita em Comissão da Verdade? Qual foi a Comissão da Verdade? Foram sete pessoas indicadas por quem? Pela Dilma Rousseff”, disse ele.