Economia começa a reagir para gerar empregos, mas a paciência dos brasileiros está no limite
Hoje o governo anunciou um congelamento adicional de 1,443 bilhão de reais nos gastos do Executivo para seguir cumprindo a meta fiscal de 2019, após o comportamento mais fraco esperado para a economia ter levado a um corte de mais de 5 bilhões de reais nas receitas esperadas para o ano. Por outro lado, a equipe econômica do governo tem um pacote de medidas pronto para impulsionar a atividade e que pode ser anunciado nos próximos dez dias, afirmou Paulo Guedes, ministro da Economia, em entrevista ao Valor Econômico. Guedes apontou ao jornal que sua expectativa é de liberação de R$ 42 bilhões do FGTS, a serem sacados no mês de aniversário dos correntistas. No caso do PIS/Pasep, ele prevê que R$ 21 bilhões ficarão disponíveis, mas só R$ 2 bilhões devem ser efetivamente retirados pelos trabalhadores.
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Essas duas notícias de caráter ecônomico, movimentaram o debate do 3 Análises, programa piloto comandado pelo jornalista João Batista Olivi que contou com a participação do economista Roberto Troster, do analista político Renato Dias e do advogado Antônio Fernando Pinheiro Pedro.
Sobre essa conjuntura, Roberto Troster acredita que a economia está melhorando, o que pode ser comprovado com a recente projeção de alta do PIB, a primeira após 20 semanas de queda. Para ele, o desbloqueio do FGTS pode ser uma medida para o pagamento de dívidas e para o consumo imediato, porém terá um baixo impacto na melhoria do PIB.
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Para Renato Dias, a política no primeiro semestre ficou muito travada, tendo a Reforma da Previdência como pauta principal e que mesmo assim ela só terá um desfecho no segundo semestre. Ele acredita que outras reformas e pautas políticas importantes ainda estão para serem discutidas, como por exemplo a Reforma Trtibutária e que está otimista com relação aos avanços políticos no Brasil.
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Já Antônio Fernando Pinheiro Pedro reforça que, apesar dos acertos, o governo ainda vem falhando em sua estratégia de comunicação. Para ele, a descentralização da forma como Bolsonaro se pronuncia, sem o acompanhamento de um porta voz ou especialista na área jornalística, faz com que notícias conflitantes tirem o foco da população com relação aos avanços que o país tem conquistado.
Apesar de divergirem com relação a alguns pontos sobre as formas que o liberalismo econômico repercutirá na geração de empregos, os 3 acreditam que o momento é favorável para o crescimento econômico do país. Assista a entrevista na íntegra no vídeo acima.