Dólar pode cair abaixo de R$ 3,70 com a aprovação da Reforma da Previdênca, diz Troster

Publicado em 11/07/2019 14:32
Economista Roberto Luís Troster vê mercado entusiasmado com as reformas, tanto que o CDS (índice de calote) do Brasil caiu pela metade
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Repercussão da aprovação da reforma da previdência na economia brasileira - Roberto Troster - Economista

 

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Nesta quinta-feira (11), o Notícias Agrícolas conversou com o economista Roberto Troster para comentar a aprovação da Reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara dos Deputados.

Para Troster, há de se comemorar mais do que a aprovação: ele visualiza também que o Congresso mudou. Foram obtidos 70 votos a mais do que os necessários para a aprovação em um momento que ele visualiza como difícil para os deputados, já que vai de encontro aos interesses de curto prazo, mas é favorável aos interesses de longo prazo.

Ele também acredita que essa aprovação é um caminho para acelerar a Reforma Tributária e a Lei da Corrupção. No momento, o dólar e o risco brasil estão em queda.

Confira a entrevista completa no vídeo acima.

Na Forbes: Para Wall Street, o Brasil está de volta ao jogo!

Artigo na publicação internacional Forbes, de Kenneth Rapoza, especialista em investimentos em mercados emergentes, sobre o desempenho de índices acionários do Brasil pós aprovação da reforma da Previdência

O Brasil está emocionante ultimamente. Seu Índice Bovespa tem batido todos os mercados emergentes. Está superando a China. Está superando o mercado de ações da Trump em casa. Tudo isso graças a um projeto de reforma da Previdência que já foi impopular e que já registrou muitos rallies no final do último mês diante da pressão do novo presidente para reformular o sistema previdenciário do Brasil.

No último mês, o iShares MSCI Brazil (EWZ) subiu 7,5% contra apenas 2,24% para o benchmark MSCI Emerging Markets Index. Se você tivesse apostado US$ 10.000 no fim de semana de 4 de julho do ETF do Brasil, você teria US$ 3.700 adicionais para curtir o verão como ganho de 12 meses.

Esta semana, a BlackRock recomendou que os investidores invistam pesado no Brasil, dizendo que ser melhor do que qualquer outro investimento  na Ásia, devido aos efeitos da China causados pela guerra comercial.

A economia do Brasil ainda é lenta, no entanto. Os dados econômicos não são totalmente impressionantes. Os bancos vêm reduzindo o crescimento econômico. Os investidores estão negligenciando os fundamentos e apostando no bom andamento a partir de agora para a reforma previdenciária.

O presidente Jair Bolsonaro teve um começo lento no projeto da reforma. Seu ministro da economia, Paulo Guedes, um  dos preferidos de Wall Street, do banco de investimentos do Brasil, o BTG Pactual, finalmente chegou ao Congresso. A reforma da Previdência é o que os mercados celebram francamente no Brasil.

(...)

A oposição de centro-esquerda do Brasil, liderada pelo Partido dos Trabalhadores, foi derrotada na última eleição. Embora ainda seja um partido de grande participação no Congresso, sua aliança com os demais partidos de esquerda mais rígidos é insuficiente para impedir a aprovação do projeto.

Fundos dedicados ao Brasil tiveram sua sexta saída direta no início de julho, graças a uma combinação de investidores lucrando com novos temores de que os escândalos políticos que abalaram o país nos últimos dois anos receberam um novo combustível para seu incêndio, após revelações de mensagens entre promotores e juízes que fizeram parecer que a Suprema Corte anularia a sentença de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula está cumprindo pena de 12 anos de prisão por seu papel no escândalo da Lava-Jato.

Revelações das conversas privadas entre figuras-chave no caso contra Lula foram feitas pelo site The Intercept, uma empresa de mídia americana. Glenn Greenwald foi o autor dos artigos. Greenwald, que se tornou famoso como um dos repórteres que ajudou Eric Snowden a revelar dados sigilosos dos EUA, prometeu uma queda lenta do que ele chama de informações condenatórias contra os promotores da Lava-Jato.

Essas manchetes também poderiam surpreender e travar a votação da reforma previdenciária no pior dos casos.

Os grandes investidores ainda gostam do Brasil, apesar dos escândalos políticos e do histórico de baixo crescimento.

Comparado ao resto do mundo emergente, o Brasil de Bolsonaro é um ponto brilhante. “Nós nos tornamos negativos na maioria das ações de mercados emergentes, porque os mercados estão precificando muito o estímulo chinês”, diz Tony DeSpirito, diretor de investimentos da BlackRock. “Vemos oportunidades selecionadas nos mercados da América Latina”, diz ele, citando o Brasil e o México.

Quando a reforma da previdência terminar, os investidores devem esperar um momento de “vender as notícias”. Wall Street ainda estará passando para verificar outros itens de grande valor na lista de Bolsonaro, incluindo a reforma tributária e, talvez, cortes nas taxas de juros, caso a economia continue lenta.

 

Por: João Batista Olivi
Fonte: Notícias Agrícolas/Forbes

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