Voltamos ao ponto zero, mas com novas esperanças
Nesta quinta-feira (05), o jornalista João Batista Olivi, do Notícias Agrícolas, convidou o presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa, para debater algumas decisões recentes como o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula no Supremo Tribunal Federal (STF), a retirada dos vetos de Temer para a lei do Funrural e a retaliação advinda da guerra comercial da China com os Estados Unidos.
Para Rosa, o resultado no STF mostra, antes de tudo, que as decisões do Supremo "têm tido desbalanceamento na hora de interpretar a lei". Ele acredita que o país deveria organizar estrategicamente, com a participação da sociedade brasileira, uma nova constituição. Somado a isso, ele também salienta que mais pessoas devem participar do processo eleitoral, que é "onde acontecem as mudanças".
Ele lembra o caso do Instituto Pensar Agro (IPA), que está localizado em Brasília e conta com a participação de 40 sócios do setor, dentre eles a Aprosoja Brasil. Estes sócios mantêm técnicos para que estes possam realizar a base das decisões da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA). Todas as decisões votadas e noticiadas, segundo ele, passaram pelo crivo e aprovação dessas entidades.
Contudo, Rosa aponta que, embora a derrubada dos vetos de Temer sobre o Funrural tenha retirado alguns pontos onerosos para o produtor, o Funrural havia considerado o tributo inconstitucional no passado. "Há várias decisões isentando o produtor de pagar Funrural e esse assunto ficou pendente. Nós, produtores, não concordamos com o que a lei está dizendo para nós", salienta.
O presidente também é produtor rural e conta que a sua safra de soja correu bem, com condição normal de desenvolvimento. Agora, faltam 70 hectares a serem colhidos que estão com 14 dias de atraso, afetados pelas condições de chuva no Mato Grosso. Ele aponta para gargalos presentes na safra brasileira, como a falta de armazéns e os altos preços dos fretes.
Rosa conversou ainda com correspondentes internacionais nos últimos dias para comentar a taxação da China sobre a soja norte-americana. Ele avalia que a vantagem do Brasil perante a esse cenário não deve ser grande, já que os asiáticos precisam da soja norte-americana por conta do alto volume a ser importado: 100 milhões de toneladas. Há soja comprada a futuro nos Estados Unidos que também não deverá sofrer a taxação.
Confira a entrevista completa com Marcos da Rosa no vídeo acima