2 choques que mostram a realidade do Brasil, comentário de João Batista Olivi, do NA
Nesta quinta-feira (01), o jornalista João Batista Olivi, do Notícias Agrícolas, realiza mais um comentário político, repercutindo a corrida eleitoral brasileira.
Ele relembra a pesquisa do DataFolha, divulgada ontem (31) e seus desdobramentos, bem como destaca que a mesma pesquisa identificou que 1/4 da população brasileira ainda não tomou conhecimento de que o ex-presidente Lula fora condenado em segunda instância.
Olivi também chama a atenção para um vídeo recebido por ele nesta manhã, que mostra o Juiz Sérgio Moro sendo cercado por quatro seguranças, em 360°, no Aeroporto de Guarulhos.
Acompanhe o comentário completo do jornalista no vídeo acima.
Um quarto dos eleitores nem sabe que Lula foi condenado
Segundo o Datafolha, 24% dos eleitores nem ouviram falar do julgamento de Lula no TRF-4.
Outros 9% ouviram falar, mas disseram estar mal informados.
Isso explica por que o condenado ainda apareceu com 34% dos votos nessa pesquisa.
Quando ele for preso, esse número vai cair pela metade, pois ninguém poderá ignorar seus crimes, nem mesmo os entrevistados do Datafolha.
E a parcela de brasileiros que querem vê-lo na cadeia, que já é majoritária, com 53%, vai aumentar ainda mais.
Datafolha aponta que 53% querem Lula preso e 43% dizem que ex-presidente não vai disputar eleição
Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta quinta-feira (1º) pelo jornal "Folha de S.Paulo" aponta que 53% dos entrevistados consideram que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria ser preso, após a condenação em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O petista foi condenado na quarta-feira (24) por unanimidade pelos três desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no caso do triplex em Guarujá. Além de manter a condenação imposta pelo juiz Sérgio Moro na 1ª instância, os desembargadores aumentaram a pena de 9 anos e 6 meses de prisão para 12 anos e 1 mês, com início em regime fechado. Lula se diz inocente.
No mesmo levantamento, o Datafolha registrou que 43% dos entrevistados acreditam que Lula não irá disputar a eleição em 2018. Para 51% das pessoas ouvidas pelo institituto, o ex-presidente não deveria poder disputar a eleição.
Na esfera eleitoral, a situação de Lula só será definida no segundo semestre deste ano, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisar o registro de candidatura do ex-presidente. A Lei da Ficha Limpa, que impede a candidatura de condenados por tribunal colegiado (como o TRF-4), prevê a possibilidade de alguém continuar disputando um cargo público caso ainda tenha recursos contra a condenação pendentes de decisão.
Veja a notícia na íntegra no site do G1
Para 53%, Lula deve ser preso e 51% acham que ele não deve disputar eleição, diz Datafolha
A prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é defendida pela maioria dos brasileiros enquanto a sua inegibilidade divide as opiniões, de acordo com pesquisa do Datafolha divulgada nesta quinta-feira pelo jornal Folha de S.Paulo.
A pesquisa apontou que 53 por cento dos entrevistados defendem a prisão do petista, enquanto 44 por cento acham que ele não deve ser preso. Já 51 por cento entendem que ele deve ser impedido de disputar a eleição, enquanto 47 por cento defendem a sua candidatura.
O ex-presidente lidera as pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial deste ano, de acordo com levantamento divulgado na véspera pelo Datafolha.
Em pesquisa realizada em setembro do ano passado pelo Datafolha, 54 por cento defendiam a prisão de Lula, enquanto 40 por cento eram contra.
Lula teve a condenação por corrupção e lavagem de dinheiro no caso envolvendo um apartamento tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, mantida na semana passada por unanimidade pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Também de forma unânime, os três desembargadores que analisaram o recurso da defesa de Lula aumentaram a pena imposta ao petista para 12 anos e 1 mês de prisão.
Pela Lei da Ficha Limpa, com a condenação por um órgão colegiado, caso da 8ª Turma do TRF-4, Lula estaria inelegível. Ele, no entanto, pode lançar mão de recursos que podem lhe garantir disputar a eleição. Com a manutenção da condenação em segunda instância, o petista também pode ser preso após esgotados os recursos ao próprio TRF-4.
Ainda de acordo com o Datafolha, 43 por cento dos entrevistados pelo instituto acreditam que Lula não disputará a eleição, ao passo que 32 por cento apostam que ele disputará com certeza e 21 por cento avaliam que talvez ele participe. Quatro por cento não souberam responder.
O instituto afirmou ainda que 56 por cento acreditam que Lula será preso, contra 66 por cento em setembro, ao passo que 39 por cento não apostam na prisão do petista, ante 28 por cento em setembro.
Além disso, também segundo o Datafolha, 50 por cento consideram justa a condenação de Lula, enquanto 43 por cento avaliam a sentença como injusta e 7 por cento não sabem.
O Datafolha ouviu 2.826 pessoas em 174 municípios entre os dias 29 e 30 de janeiro. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.
O truque de perguntar sobre Lula no fim da pesquisa eleitoral (O Antagonista)
Se o Datafolha não tivesse colocado as perguntas sobre a condenação de Lula somente no fim da pesquisa eleitoral estimulada, depois que muita gente já havia declarado intenção de voto nele, o número dos que acham que o petista deve ser preso ultrapassaria 53%.
Por um motivo que todo especialista em pesquisa sabe: as pessoas tendem a ser lógicas numa sequência de perguntas e, por isso, podem responder o contrário do que realmente pensam, para não serem pegas em contradição.
Lula não é um preso político, é um político preso, diz Eurípedes Alcântara (no Poder360)
Petista deve perder no STJ; No STF, resultado apertado (por Eurípedes Alcântara, jornalista, dirigiu a revista Veja de 2004 a 2016. Antes, foi correspondente em Nova York e diretor-adjunto da revista. Atualmente, é diretor presidente da InnerVoice Comunicação Essencial).
O MAPA DO CAMINHO DE LULA
A tragédia pessoal de Lula é ser um político popular e essa condição não ser um atenuante à luz da legislação vigente. Ainda bem. Mesmo nas utopias igualitárias — e principalmente nelas — os poderosos desfrutam do privilégio de serem tratados como mais iguais do que a maioria do povo. A justiça brasileira está se mostrando cada dia menos suscetível à fama de um e à fortuna de outro. Está nisso nossa grande chance de emergirmos como um país viável. O poderoso e popular ex-presidente entrou na hora errada na roda da justiça e não tem salvação visível no estreito horizonte das leis.
A ditadura do judiciário existe, mas não atuou no caso da primeira condenação de Lula em Segunda Instância. Os desembargadores do TRF-4 que, por unanimidade, confirmaram a decisão do juiz Sergio Moro e pesaram a mão na pena, aumentando-a de 9 para 12 anos, não têm culpa de Lula ser popular, poderoso e líder nas pesquisas eleitorais. Teriam culpa, sim, se tivessem se rendido às essas circunstâncias ao analisarem as acusações feitas a Lula.
A ditadura do judiciário se manifesta de outras maneiras. Isso será nosso assunto na próxima coluna. Agora quero apenas reafirmar que Lula não é um preso político. É um político preso. Não foi condenado por ser político, mas vai tentar fazer política mesmo depois de preso, evolução processual que parece inevitável.
O mapa do caminho para um condenado por unanimidade em Segunda Instância é recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), a mesma corte que acaba de negar Habeas Corpus preventivo a Lula. O relator da Lava Jato no STJ é o ministro Felix Fischer, alemão naturalizado brasileiro, de quem se diz que não come mel. Chupa abelha. A defesa de Lula, montada sobre a negação dos fatos confirmados pelo TRF-4, não tem a menor chance com Fischer.
O passo seguinte será contestar a prisão junto ao STF (Supremo Tribunal Federal). Por sua origem, a questão será analisada pela Segunda Turma, que tem Edson Fachin como relator e é formada pelos ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. O que se pode esperar dessa turma? O resultado mais provável, na avaliação de quem conhece bem como se dividem entre a lei e o coração as devoções dos ministros, é o seguinte: o ministro Edson Fachin mantém a prisão, mas perde apertado na votação da turma. Lula escapa do xadrez, mas pega prisão domiciliar. Fica fora da cédula e da campanha eleitoral. O resultado acima, a conferir, não desmoraliza as instâncias inferiores, pois o STF, a corte constitucional, por definição, tem sensibilidade política.