Dólar político X Dólar estrutural . O primeiro, de movimento rápido e tendência incerta. O segundo, de mais longo prazo e queda
O dólar sobe no Brasil e chega na casa dos R$3,20. De acordo com o economista Roberto Troster, o dólar no curto prazo é sempre "nervoso, político e sensível a notícias". Ele lembra que o mercado do dólar brasileiro é fragmentado e que o dólar futuro se mexe rapidamente com notícias externas, sendo mais sensível a rumores políticos.
Com isso, as notícias provenientes dos Estados Unidos, de que Donald Trump estaria buscando uma redução de impostos, o que atrairia investimentos para os norte-americanos e também as notícias brasileiras, com o Governo Federal tendo dificuldades para aprovar suas reformas, esse dólar de curto prazo sobe. O dólar estrutural, por sua vez, que define o fluxo de entrada e saída de divisas, tem uma tendência mais baixista.
Ele aconselha os exportadores a venderem seus produtos a qualquer indicação de alta, mas alerta que um planejamento a longo prazo seria mais arriscado, pois o dólar deve se mostrar volátil. Troster destaca ainda que, se o governo fizesse ajustes na política econômica, o dólar poderia ser mais baixo ainda.
Para Troster, também é difícil afirmar o que seria um valor justo de dólar, adequado a nossa realidade, pois isso varia entre os exportadores, importadores e consumidores finais. A solução, para ele, seria reformar o mercado de câmbio, uma vez que todos estão dependentes do dólar volátil, o que traz incertezas.
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