Farsul pede exoneração de Ministro do Meio Ambiente após divulgação de dados do CAR na internet

Publicado em 09/12/2016 13:57
Pedido foi protocolado no Ministério da Casa Civil, após privacidade da produção brasileira ser exposta ao mundo
Confira a entrevista de Gedeão Pereira - Vice-Pres. da Farsul

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Farsul pede exoneração de Ministro do Meio Ambiente

 

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A Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) enviou uma carta ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, solicitando a exoneração do Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho. A carta foi protocolada na última sexta-feira (2) e ainda aguarda resposta, refletindo a posição da Farsul a respeito dos dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), divulgados na internet pelo ministro.

O vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira, disse que há uma dificuldade crescente para o setor produtivo desde a nomeação do ministro - que, em seu mandato como deputado federal, já se posicionava contra os avanços no Código Florestal Brasileiro.

O ato de disponibilizar os dados do CAR na internet causou grande preocupação e foi visto como uma "irresponsabilidade do ministro", pois o período de cadastramento do CAR ainda não terminou, além de ainda não ter sido referendado e nem analisado pelo próprio Ministério do Meio Ambiente. Pereira aponta que esta questão pode trazer barreiras ambientais com possíveis parceiros comerciais.

O sistema que disponibiliza os dados também caiu após uma grande quantidade de pessoas tentando realizar o download dos dados. Os técnicos do Ministério, no entanto, avisam que estão trabalhando para colocar os dados de volta no ar.

"Esperamos que o ministro se dê conta desse ato e que possa retroceder. Mas o mal não volta atrás, já está feito", diz o presidente.

Ele acredita também que a presença de Organizações Não-Governamentais (ONGs) no Ministério pode ter influenciado a decisão de Sarney para disponibilizar os dados na internet. Ele lembra que a divulgação dos dados causa uma "situação constrangedora para o produtor rural brasileiro" e que "não sabe quais são os efeitos disso para o produtor".

Enquanto os produtores estão à espera de uma decisão, ainda tramita um agravante: o ministro solicitou à Advocacia Geral da União (AGU) para poder divulgar, juntamente aos dados, o nome e o CPF dos proprietários.

 

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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