OPINIÃO: A 2ª chantagem, correndo por fora...
Nesta semana, o relator do Orçamento da União de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), sugeriu um corte de R$ 10 bilhões no Bolsa Família, o equivalente a 35% da verba do programa, alegando que "precisamos ser racionais, e não agir com emoção".
Em reação imediata, a presidente Dilma Rousseff afirmou que "cortar o Bolsa Família significa atentar contra 50 milhões de brasileiros". "Não podemos permitir que isso aconteça", acrescentou ela.
Segundo o jornalista João Batista Olivi, esse cenário desencadeará em uma chantagem, onde "se vocês não quisermos aceitar um corte no bolsa família teremos que aceitar a CPMF", explica. Em nome de retirá-lo, o Planalto ganharia um novo argumento para convencer os parlamentares a aceitarem o que Dilma mais quer: recriar a CPMF.
Outra 'chantagem' seria a proposta de aumentar a Cide o chamado imposto dos combustíveis para gerar receita de R$ 12 bilhões no ano que vem. Em declaração ao Jornal O Globo, Ricardo Barros disse que está propondo a elevação da Cide sobre a gasolina de R$ 0,10 por litro para 0,50 por litro, num aumento de R$ 0,40.
"Os usineiros também sugerem o aumento da Cide, que não precisa de aprovação no Congresso, e só uma canetada da Dilma aumenta o imposto da gasolina, diesel e etanol", ressalta Olivi.
Apesar de reconhecer que o as indústrias ainda sofrem as consequências da crise do setor sucroenergetico, a população brasileira não pode pagar o preço pelos erros cometidos durante a má gestão do governo. Além disso, "a Cide seria uma injeção direta na inflação, nos preços da cesta básica e, do custo de vida de todos os brasileiros", conclui.