Hedge a R$ 6,00 por dólar: Vai aí??? Por João Batista Olivi
As indefinições políticas e econômicas que norteiam atualmente o cenário brasileiro estão provocando uma forte valorização do dólar neste ano.
Na terça-feira (22), a moeda norte-americana fechou acima dos R$ 4, o maior patamar já registrado. Para conter essa alta do dólar e evitar que as agências de risco Fitch e Moody's também rebaixem a nota do grau de investimento do país, o governo federal encaminhou ao Congresso a proposta da nova CPMF.
No entanto, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que não vê a "menor possibilidade" de aprovação da proposta. Segundo o jornalista João Batista Olivi, as agencias de risco já confirmaram que sem a CPMF a probabilidade do Brasil ser rebaixado é grande.
Diante de todas essas incertezas, as mesas de câmbio trabalham com dólar a R$ 6 em negócios de hedge para julho/2016, com isso empresa que buscar proteção cambial para julho do próximo ano, terão que trabalhar com uma taxa próxima dois seis reais, mais um spread cobrado pelo banco. A analise é do consultor de mercado Carlos Cogo.
De acordo o consultor, esse calculo leva em conta "a curva de juros futuros, os preços do FRA de cupom (tipo de derivativo cambial) e o dólar para outubro (o mais líquido)", explica em nota.
Contudo, Olivi alerta que esse valor não é o vigente no mercado neste momento, "esse é um número aplicado a empresas que estão extremamente alavancadas em dólar", explica. Para detalhar esse levantamento Cogo está realizando um estudo minucioso junto a professores da FGV, que em breve será divulgado pelo Notícias Agrícolas.
Com todas essas preocupações "dois cenários são muito claros: ou a Dilma continua a sociedade aceita o ajuste e o dólar cai; ou a moeda americana cairá com a presidente renunciando, entra o Temer (vice-presidente) e faz tudo que a Dilma não fez a qualquer custo", conclui João Batista.