Ministra x Crédito Rural, "Nada mais justo do que ouvir o choro dos produtores", diz Kátia Abreu
Faltando apenas vinte dias para o inicio do plantio da safra 2015/16, produtores e entidades agrícolas tem relatado diversos problemas para conseguir a liberação do crédito rural junto as agência bancárias.
Visando discutir esse assunto, a Ministra da Agricultura, Kátia Abreu, se reuniu com entidades do agronegócio e representantes de bancos públicos e privados em Brasília. E na ocasião a ministra afirmou que "nada mais justo do que ouvir o choro. Ninguém chora sem motivo", declarou.
Para o jornalista João Batista Olivi, além da infeliz frase proferida pela ministra, essas reuniões não passam de marketing, pois "solução mesmo não foi apresentada". Como desfecho ficou apenas marcado um novo encontro daqui um mês a fim de avaliar a evolução das contratações.
Entre as reclamações apresentadas pelos produtores, está o aumento das exigências dos bancos na hora de contratar financiamento, inclusive com garantia real. Além disso, há queixas sobre venda casada e sobre “mix” de taxas, quando há mistura entre recursos controlados e crédito livre.
A ministra ponderou ainda que os bancos devem respeito ao acordo de Basileia, por isso têm a obrigação e a responsabilidade de analisarem o nível de risco das contratações. Mas no caso dos bancos públicos houve um aumento de 30% nas contratações no mês de julho.
"Subiu 30% em relação ao que?", questiona o jornalista afirmando que nos mesmo período do ano passado a porcentagem de financiamentos era zero, haja vista que naquela ano o "financiamento foi estancado por causa da crise provocada por esse mesmo governo", ressalta.
Por fim João Batista questiona também a falta de pronunciamento da ministra sobre a onda de invasões de propriedades privadas pelos indígenas e grupos do MST (Movimento do Trabalhador Rural Sem Terra). "Há pelo menos 100 fazendas invadidas pelos índios, mais outras tantas tomadas pelo MST, e não ouvimos a ministra Kátia Abreu se posicionando sobre esse ponto que é fundamental para o produtor rural", conclui.