Na FOLHA: Dilma diz que não respeita delator e rejeita acusações
Em sua primeira manifestação pública sobre as acusações de irregularidades no financiamento de sua campanha à reeleição, a presidente Dilma Rousseff rejeitou as suspeitas e comparou a confissão do empreiteiro Ricardo Pessoa às delações obtidas sob tortura na ditadura militar.
"Eu não respeito delator, até porque estive presa na ditadura militar e sei o que é", disse a presidente nesta segunda (29), em Nova York. "Tentaram me transformar numa delatora. A ditadura fazia isso com as pessoas presas e garanto para vocês que resisti bravamente", afirmou.
Militante de grupos de esquerda que defendiam a luta armada contra a ditadura, Dilma foi presa e torturada por militares e ficou na cadeia por quase três anos, até 1972.
Apontado como líder do cartel de empreiteiras investigado pela Operação Lava Jato, Ricardo Pessoa fez acordo de delação premiada para colaborar com as investigações. Ele confessou ter pago propina para fazer negócios com a Petrobras e afirmou ter feito doações eleitorais a Dilma e outros políticos para não perder seus contratos na estatal.
A empresa de Pessoa, a UTC, deu R$ 7,5 milhões para a campanha de Dilma no ano passado. As doações foram declaradas à Justiça Eleitoral e negociadas por Pessoa com o então tesoureiro da campanha, Edinho Silva, que hoje chefia a Secretaria de Comunicação Social do Planalto.
Dilma negou irregularidades na campanha. "Jamais aceitarei que insinuem sobre mim ou sobre minha campanha qualquer irregularidade", disse. "Se insinuam, alguns têm interesses políticos."
A presidente lembrou que seu adversário na corrida presidencial, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), também recebeu doações da UTC. O tucano declarou R$ 4,5 milhões à Justiça Eleitoral.
Aécio reagiu com uma nota em que diz que Dilma "não está bem". Segundo ele, "ou não está raciocinando adequadamente, ou acredita que pode continuar a zombar da inteligência dos brasileiros".
Ao explicar por que não respeita delatores, Dilma se referiu a Joaquim Silvério dos Reis, o delator que denunciou a Inconfidência Mineira no fim do século 18.
O acordo de delação premiada de Ricardo Pessoa, que lhe permitirá obter uma pena menor para seus crimes na Justiça, foi feito de acordo com regras estabelecidas por uma lei sancionada pela própria presidente, em 2013.
TORTURA
Advogados das empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato, que consideram abusivas as prisões de seus executivos, têm comparado à tortura psicológica as pressões que eles têm sofrido na cadeia nos últimos meses.
A repercussão das revelações de Ricardo Pessoa, que vieram à tona no fim de semana, mudaram o clima da visita de Dilma aos Estados Unidos, onde ela espera obter notícias positivas para reagir ao aprofundamento da crise política e econômica que enfrenta desde o início do ano.
Ela se encontrou nesta segunda com o ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger, que apoiou ditaduras no Brasil e outros países da América Latina nos anos 70. Dilma disse que ele é uma "pessoa fantástica" e que a conversa foi "instigante e inspiradora".
Após a entrevista, visivelmente cansada, Dilma confundiu-se ao se despedir dos jornalistas, dizendo: "Agora, eu vou para os Estados Unidos".
ANÁLISE de VERA MAGALHÃES, EDITORA DO PAINEL da folha:
Depois da ode à mandioca, Dilma faz confusão com a história e as instituições
Menos de uma semana depois do já célebre discurso em que saudou a mandioca e inventou a "mulher sapiens", Dilma Rousseff comparou a delação premiada à tortura e fez um paralelo entre as apurações da Operação Lava Jato e a Inconfidência Mineira.
São muitas as confusões históricas da curta entrevista da presidente em sua viagem aos EUA. Justamente por isso, a fala foi recebida com desânimo no PT e nos escalões do governo --e logo no dia em que o ex-presidente Lula aproveitou a ausência da sucessora para pontificar na capital.
Ao igualar a delação premiada à tortura em um regime de exceção como a ditadura, Dilma omite que a colaboração judicial é um instituto legal. Mais: é um direito da defesa (portanto voluntária), regido por uma série de regras, sendo a principal a necessidade de provas que corroborem as acusações.
Além disso, ao mencionar os maus-tratos a presos políticos, Dilma novamente lembrou que ela mesma foi presa e torturada, um expediente que, pela repetição, vai perdendo a força de registro histórico para se transformar em muleta para os momentos de dificuldade política.
A comparação do empreiteiro Ricardo Pessoa com o traidor da Inconfidência Mineira Joaquim Silvério dos Reis é outro exotismo histórico. Silvério traiu seus companheiros ao entregar os inconfidentes. O que a presidente quis dizer com essa analogia? Que ela e os demais acusados seriam de alguma maneira "os pares" do empreiteiro investigado por corrupção na Petrobras?
Por fim, a petista disse "não admitir" que se insinue nada contra ela e contra sua campanha. Uma coisa são insinuações, outra é a delação premiada, e não cabe a Dilma "admitir" ser ou não alvo desse instrumento legal.
Ao dizer que, caso citada novamente, ela e os "ministros da área" tomarão as providências cabíveis, a presidente joga o peso do governo para intervir numa acusação que diz respeito às suas campanhas, algo questionável do ponto de vista institucional.
Manifestantes hostilizam Dilma com mandiocas
A presidente Dilma Rousseff foi hostilizada nesta segunda-feira (29) por quatro manifestantes na frente da Blair House, a residência de visitantes do presidente Barack Obama, que fica em frente à Casa Branca.
Os quatro manifestantes --duas mulheres e dois jovens-- carregavam cartazes e mandiocas. Eles gritavam: "Volta para Cuba! Fora Dilma! Fora Foro de São Paulo! Fora PT".
Eles também carregavam cartazes com slogans contra o PT e com elogios ao juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Paraná.
Até mesmo o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, formado pela Universidade de Chicago, templo do neoliberalismo, foi alvo de xingamentos quando apareceu diante da Blair House.
PAINEL (por VERA MAGALHÃES - painel@uol.com.br)
Tubérculos - Auxiliares dizem que o ataque de Dilma a Pessoa foi uma reação "indignada" e "impensada". "Foi mais uma mandiocada", resumiu um petista.
Sair das cordas - De passagem por Brasília enquanto Dilma Rousseff está fora do país, o ex-presidente Lula alertou a aliados que sua sucessora precisa aproveitar com urgência a máquina do governo para recuperar sua gestão e amenizar a agenda dominada por denúncias de corrupção e crise econômica. O petista afirmou que os problemas chegaram a um ponto em que só a presidente pode comandar a reação. Para o ex-presidente, a única saída é que ela passe a "governar" e "dar boas notícias" ao país.
Tiro... Antes de se reunir com as bancadas, Lula reclamou que os parlamentares do PT só pensam na própria reeleição e não reagem às acusações de corrupção.
... no pé Para ele, se o PT chegar "destruído" às próximas eleições, não haverá chance de sucesso para deputados e senadores.
Descontrole Demonstrando preocupação com as declarações de Ricardo Pessoa, Lula disse que o PT e aliados do governo deveriam se manifestar contra "arbitrariedades" na Lava Jato.
análise de BERNARDO MELLO FRANCO, na folha de s. pauylo (edição desta 3a.-feira)
Dilma acusa o acusador
BRASÍLIA - Dilma Rousseff aderiu à tática de desqualificar os delatores do petrolão. É um truque antigo: em vez de esclarecer o conteúdo da acusação, ataca-se o acusador. Foi o que ela fez ao criticar o empreiteiro Ricardo Pessoa, que ajudou a bancar sua campanha, foi preso por corrupção e agora colabora com as investigações da Lava Jato.
A presidente está irritada. Nesta segunda, comparou o empresário a Joaquim Silvério dos Reis, o traidor da Inconfidência Mineira, e aos dedos-duros da ditadura militar. "Eu não respeito delator. Até porque eu estive presa na ditadura e sei o que é", afirmou, em Nova York.
O discurso afronta a história do Brasil e a inteligência do eleitor. Dilma não é Tiradentes, e o que seus aliados fizeram na Petrobras nada tem a ver com a luta dos inconfidentes. Da mesma forma, as investigações da Lava Jato não guardam semelhança com os abusos dos militares.
Os réus do petrolão respondem a processos na democracia. Alguns fecharam acordo com a Justiça para entregar outros criminosos em troca da redução de pena. O mecanismo é usado em diversos países para desmontar quadrilhas. Se mentir, o delator perde o direito ao benefício.
Dilma conhece bem a diferença, porque foi vítima de torturas na ditadura e sancionou, há dois anos, a lei que estabeleceu as regras atuais da colaboração premiada. Aliás, o texto deixa claro que ninguém pode ser condenado apenas com base no depoimento de réus confessos.
Ao atacar o empreiteiro que patrocinou sua eleição, a presidente deixou de explicar se as doações estavam ligadas a fraudes na Petrobras, como ele disse aos procuradores. Também ficou devendo um comentário sobre as menções a mais dois ministros de seu governo, os petistas Aloizio Mercadante e Edinho Silva.
Antes de o dono da UTC abrir o bico, quatro ex-ministros de Dilma já eram investigados na Lava Jato: Antonio Palocci, Gleisi Hoffmann, Edison Lobão e Mario Negromonte.
Lava Jato é ‘caso de corrupção descomunal’, diz Rodrigo Janot, procurador-geral da República
Em campanha para permanecer à frente do comando do Ministério Público Federal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta segunda-feira, em um debate com candidatos que disputam a cadeira com ele, que o escândalo do petrolão é um "descomunal caso de corrupção".
Janot afirmou que o país passa por um "grave momento" e pediu votos de integrantes do Ministério Público para continuar uma trajetória que, segundo ele, permitiu que o órgão atuasse com "profissionalismo" e "maturidade" em um momento em que o MP "é chamado a dizer por que veio".
Rodrigo Janot concorre com os subprocuradores-gerais da República Carlos Frederico Santos, Mario Bonsaglia e Raquel Dodge a indicação para compor a lista tríplice a ser encaminhada à presidente Dilma Rousseff. Tradicionalmente, é escolhido como procurador-geral o mais votado na lista enviada ao Executivo. A eleição para a formação da lista tríplice será realizada no dia 5 de agosto.
Desafio de Dilma é sobreviver, diz jornal 'Washington Post'
O jornal americano The Washington Post dedicou o editorial "Um retrocesso no Brasil", neste domingo, à crise enfrentada pela presidente da República, Dilma Rousseff, cuja campanha de reeleição foi levada para o centro do escândalo do petrolão pela delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, revelada por VEJA. O jornal diz que Dilma enfrenta o desafio de "sobreviver" no Planalto.
O texto foi publicado por causa da visita de Estado de Dilma aos Estados Unidos. Segundo a publicação, muitos dos problemas que a presidente enfrenta são resultado de políticas equivocadas de seu governo. "Não será fácil: ela viu muito de seu poder efetivamente esvaziado por líderes congressistas, que diluíram algumas de suas medidas de austeridade", diz o texto. O Post ressalta que o próprio PT se opõe às "correções econômicas" em curso.
O editorial afirma que a corrupção em meio à uma recessão na economia provocaram uma crise na opinião pública. "A bolha parece ter explodido", diz o jornal. Para reverter esse cenário, o Post defende que Dilma adote medidas liberalizantes para resgatar a confiança dos investidores privados. O jornal afirma que a correção de rumo deve levar à revisão das "políticas estatizantes" adotas por Dilma em seu primeiro mandato: "Sem isso, o futuro do Brasil permanecerá em suspenso".
(Com Estadão Conteúdo)
PETROLÃO
Lobista que aproximou firma do PT vira delator
Milton Pascowitch contratou por R$ 1,4 mi a consultoria de José Dirceu
O lobista Milton Pascowitch, que aproximou a empreiteira Engevix do PT e da Petrobras, é o mais novo delator da Operação Lava Jato.
O acordo foi homologado nesta segunda (29). Como parte do acerto para a colaboração com a Justiça, o juiz Sergio Moro autorizou a transferência do lobista, que saiu da carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, e passou para a prisão domiciliar, em São Paulo. Ele vai usar uma tornozeleira eletrônica.
O conteúdo das revelações prometidas por Pascowitch, que foi preso em maio, ainda não é conhecido.
As investigações feitas até agora mostraram que a Jamp, empresa de consultoria de Pascowitch, pagou R$ 1,4 milhão para a JD Consultoria, do ex-ministro José Dirceu. Os pagamentos ocorreram entre 2011 e 2012, quando o petista era réu no mensalão.
O lobista também ajudou a comprar a casa que sediava até este ano a JD, que fica na avenida República do Líbano, região nobre de São Paulo. Pascowitch pagou R$ 400 mil como sinal pelo imóvel, adquirida pelo valor declarado de R$ 1,6 milhão.
Em 2012, outra empresa do lobista comprou uma casa de uma das filhas de Dirceu, no bairro paulistano da Saúde.
A Jamp recebeu R$ 104 milhões entre 2004 e 2013 --dos quais R$ 83 milhões vieram de empreiteiras envolvidas no petrolão. A empresa não tinha funcionários, o que reforçou as suspeitas da Procuradoria de que se tratava de uma empresa de fachada.
O ex-vice-presidente da Engevix Gerson Almada admitiu que os pagamentos a Pascowitch serviram para que ele ajudasse na aproximação com a Petrobras.
Essa aproximação, segundo Almada, incluiu uma reunião entre o empreiteiro, Pascowitch e o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, na qual não foi pedida propina. Meses depois, revela a investigação, Pascowitch passou a procurar Almada para negociar doações oficiais ao PT.
A defesa de Dirceu afirmou que não tem como comentar o conteúdo da delação porque não tem acesso aos depoimentos e negou ilegalidade na relação comercial entre a JD Assessoria e a Jamp.
ANÁLISE de MARCOS TROYJOCOLUNISTA DA FOLHA
Investidores de NY questionam se país ainda é 'emergente'
Dilma Rousseff viaja aos EUA no mais difícil contexto desde que Wall Street inventou o "lulômetro", em 2002, para mensurar o risco financeiro do país. Naquela época, o grande assunto eram as inconsistências políticas e macroeconômicas brasileiras. Hoje, o tema é o mesmo.
Se há 13 anos se temia o caos com a vitória da incógnita Lula, agora o sentimento é o de um país preso a uma camisa de força político-institucional. Sem reformas, o melhor cenário possível é estampar em 2018 quatro mandatos presidenciais com crescimento médio de 2%.
Os mais otimistas entendem que a visita de Dilma aos EUA ajuda a mudar o pessimismo vigente. A retomada do diálogo com Washington é importante. Obama, no entanto, tem na Ásia-Pacífico sua prioridade e só mais 18 meses de mandato. A agenda governo a governo que inclua acordo comercial ficará para o próximo presidente.
A ida ao Vale do Silício é instrutiva. O obstáculo à inovação no Brasil não é, contudo, o desinteresse das gigantes tecnológicas, mas o estatismo e a burocracia. Assim, o que pode haver de mais imediatamente impactante é a reação de Wall Street.
Hoje, o nível de interesse de investidores americanos em participar de programas em infraestrutura passa por um "rescaldo". De um lado, continuação do investimento de empresas que decidiram estabelecer ou ampliar operações no país durante a "brasilmania" de 2010-11.
De outro, o subdesempenho da economia brasileira no último quadriênio --e particularmente nos últimos 12 meses-- tem sido um freio a um novo fluxo de investimento estrangeiro direto (IED).
Como resultado, os investimentos atraídos a novos programas de infraestrutura se darão de maneira mais gradual do que o Brasil supõe.
É um erro ver o apetite americano por concessões como panaceia. Intervenções recentes em políticas de preço na eletricidade e na gasolina; o sucateamento das agências reguladoras e a inflexibilidade nas regras de conteúdo local continuam a desestimular investidores. Recuperar a confiança demanda tempo e inflexão de rumo por parte do governo.
Nesses próximos 18 meses haverá, contudo, significativo capital canalizado por Wall Street para M&As (fusões e aquisições). Será motivado pela combinação de fatores como o tamanho comparado da economia brasileira e o preço relativo mais baixo dos ativos no Brasil -- resultante da desaceleração do PIB e desvalorização do real.
Dilma reuniu-se com titãs das finanças. Ninguém teme o pior. Falou também para grandes investidores em infraestrutura.
Com base na frustrante experiência recente, ninguém morreu de amores.
A conclusão da passagem de Dilma por Nova York é que ninguém questiona o status do país como destino atraente. A dúvida é se o Brasil ainda é um mercado emergente.
EUA abrem mercado para carne brasileira
Para exportadores, norte-americanos podem absorver 10% dos embarques
Governo afirma que conquista, aguardada há 15 anos, é 'senha' para derrubar barreiras em outros mercados
TATIANA FREITASDE SÃO PAULO
Os Estados Unidos deram, nesta segunda-feira (29), o primeiro passo para retomar as importações de carne bovina "in natura" do Brasil, após 15 anos de embargo.
Durante visita da presidente Dilma Rousseff ao país, autoridades de inspeção de sanidade animal dos EUA autorizaram a importação de carne de 14 Estados, responsáveis por 95% das exportações brasileiras do produto.
O segundo passo é a escolha dos frigoríficos que poderão efetivamente exportar. A tarefa caberá ao Ministério da Agricultura, que levará em consideração a equivalência dos serviços de inspeção sanitária entre os dois países.
Esse processo deverá ser finalizado em cerca de dois meses, segundo a Abiec (associação das indústrias exportadoras de carne). "Os primeiros embarques devem acontecer no segundo semestre", diz Fernando Sampaio, diretor-executivo da entidade.
Para os exportadores, o Brasil poderá enviar cerca de 100 mil toneladas de carne por ano aos EUA, a partir de 2016 ou 2017. Se a expectativa for confirmada, o país cumprirá toda a cota de 64 mil toneladas na qual estará inserido, hoje pouco disputada por países da América Central, e ainda roubará mercado de outros exportadores.
Apesar de liderar a produção mundial, os EUA importam volume relevante de carne. Em 2014, foram 957 mil toneladas de carne "in natura", a maior parte da Austrália (38% do total), Canadá (21%) e Nova Zelândia (20%), segundo a Abiec. "Temos uma boa oportunidade em cortes específicos para a produção de hambúrguer, menos consumidos no Brasil."
O impacto da notícia, porém, é mais político do que comercial. Mesmo se os planos derem certo, a participação dos EUA no total das exportações deve ficar perto de 10%. Em 2014, o país embarcou 1,2 milhão de toneladas.
Para o governo, a abertura dos EUA, rigoroso na autorização de importações, é uma "senha" a ser utilizada nas negociações para a abertura de outros mercados, como Japão e Coreia do Sul. A ministra Katia Abreu (Agricultura) viaja a Tóquio nesta semana e espera também suspender as barreiras naquele mercado.