Plano Safra 2015/16 mantém dependência do setor agropecuário e aumenta os custos das oportunidades para os produtores

Publicado em 03/06/2015 09:23
Plano Safra 2015/16 mantém dependência do setor agropecuário ao governo e aumenta os custos das oportunidades para os produtores rurais. Recursos poderiam ser otimizados aos serem direcionados para políticas agrícolas duradouras que pudessem garantir estabilidade nas atividades do campo.

Após tomar conhecimento sobre os recursos, taxas de juros e critérios do Plano Safra 2015/16, muitos produtores, economistas e representantes do setor questionam o aumento de recursos a juros livre e a elevação de 20% nos recursos totais, mass que deflacionados ficam inferiores ao plano safra 2014/15.

Para o consultor em comercialização, Telmo Heinen, os problemas vão além do aumento de recursos e taxas de juros. Heinen questiona a falta de políticas agrícolas duradoras que garantam estabilidade para as atividades no campo.

"Se não houver uma demanda por parte do setor, para que essa situação se altere, o governo aproveitará da capacidade midiática para colher os louros do anúncio, como alias aconteceu ontem", declara Heinen.

Segundo ele, o volume de recurso poderia ser melhor aproveitado, através de mecanismos em conformidade com o que o setor para que ao longo dos governos, os produtores tenham condições para custear e investir na atividade, sem interferência.

"O fato de o agricultor perder a capacidade de decisão de acesso ao crédito, para usá-lo quando bem lhe conviesse, isso causa um custo elevadíssimo. Muitas vezes o produtor poderia adquirir insumos a um preço bom, mas se ele depende do uso do dinheiro do financiamento, pode ser que na hora da liberação o preço do insumo tenha aumentado muito", afirma Henein.

Por outro lado Telmo considera que a dificuldade no acesso ao crédito pode ser benéfica, uma vez que esse cenário proporciona uma redução de oferta de grãos e consequentemente uma possível elevação nas cotações tanto no mercado internacional, quanto interno.

"A soja tem uma dinâmica um pouco diferente por causa do mercado chinês, mas os outros grãos precisam de uma orientação mais efetiva para que as pessoas não produzam uma coisa que não tem muita perspectiva", considera Heinen.

 

Por: Carla Mendes e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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