Farsul lança índices de inflação para o agronegócio, um para os custos de produção e outro para os preços recebidos pelo produtor
A Farsul (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul) lançou na última segunda-feira (18) dois indicadores econômicos mensais, o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) e o Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR).
Um dos objetivos é facilitar a comparação dos produtores quanto ao custo utilizado para produzir e o preço que ele recebe pela produção, avaliando se há rentabilidade na atividade. Segundo Antônio da Luz, economista da Farsul, o sistema utiliza a mesma metodologia do IBGE para o calculo de inflação.
Outro objetivo é demonstrar que a inflação dos alimentos no mercado varejista muitas vezes não condiz com os valores recebidos pelos produtores gaúchos. "Muitas vezes o governo quer segurar a inflação dos alimentos, ou seja, o preço ao produtor é derrubado para conter a inflação dos alimentos, mas isso não resolve o problema. Então nós criamos esse índice também com o objetivo de auxiliar o governo com mecanismos que possam contribuir para que eles façam políticas públicas voltadas para o agronegócio", declara Luz.
Segundo ele, em 2014 a inflação dos alimentos medida pelo IPCA subiu 8,03%, enquanto o preço pago ao produtor gaúcho sofreu uma deflação de 6,72% mostrando que muitas vezes os preços dos alimentos nas gôndolas são definidos pelos varejistas, que analisam o poder de compra do brasileiro, crescimento do PIB, inflação, crédito, entre outros.
"A inflação é um problema monetário, não se combate inflação fazendo leilão da Conab. O leilão da Conab é para garantir abastecimento, mas para combater inflação não funciona e esses índices mostram isso com muita clareza", afirma o economista.
De acordo com o IICP, os custos no acumulado de 12 meses tiveram uma elevação de 10,43%. E esses dados poderiam servir de base para o governo federal calcular novos valores de preço mínimo para diversos produtos, considera Luz.