Plano de Desenvolvimento da região do MATOPIBA reflete o desconhecimento do Mapa com as realidades locais

A ministra da agricultura, Kátia Abreu, lançou na quinta-feira (14), em Teresina, o Plano de Desenvolvimento Agropecuário do Matopiba, região que compreende municípios dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.  Segundo o governo federal, objetivo do Plano é impulsionar o desenvolvimento econômico da região, incluindo tanto grandes, como os pequenos produtores, de forma sustentável e integrada.

De acordo com a ministra, 70% do que é produzido no país vem de apenas 10% dos produtores rurais que são da classe A e B. Com a criação da Agência Matopiba, será possível unir os produtores e fazer crescer uma classe média rural, com investimentos em infraestrutura.

Para o representante da Aprosoja Piauí, Altair Fianco, o projeto possui aspectos de necessidade do produtor, mas questiona se essas medidas serão efetivamente aplicadas aos produtores do Matopiba. "O plano engloba quatro estados em uma área total de 73 milhões de hectares, com 31 regiões microrregiões e 337 municípios. Mais da metade da renda bruta da região é gerada por menos de 1% dos estabelecimentos, ou seja, em torno dos 18 milhões de toneladas produzidas nesses quatro estados é produzida por esse 1%", afirma.

Segundo ele, a proposta de disseminar a produção do Matopiba, investindo em tecnologia é bem vinda, no entanto muitos produtores do Piauí desacreditam que o plano não será aplicado assim como foi descrito em seu lançamento. No Plano está previsto investimento em tecnologia para melhoramento de estradas, armazéns, captação de água, novas maquinas agrícolas, entre outros projetos.

"Nós gostaríamos que tudo que foi anunciado acontecesse, e torcemos para isso, mas sabemos que o anúncio de um programa grandioso como esse e sua efetivação caminham muito longe. E nós temos uma safra que começa essa semana que os custos estão nas nuvens", declara Fianco.

Diante desse aumento nos custos de produção Altair afirma que no Matopiba os produtores não devem investir em aumento de área, já que somente a semente de soja intacta com royalty, por exemplo, está em torno de R$ 8,00 a R$ 9,00 o quilo.