Palestra de Solange Teles, Professora Dra. fala sobre o Novo Código Florestal
A conservação da biodiversidade, além disso, é importante, pois assegura a diversidade evitando a fragilidade de um sistema como o Amazônico. Na verdade, a preocupação maior com as florestas tropicais, como a do nosso país, diz respeito ao risco do processo de “savanização”. No Brasil, a Amazônia teve 30% de suas terras desmatadas e, caso mais 20% dessa área desapareça, certamente haverá desertificação, prevê Teles.
Segundo levantamentos, existem 103 milhões de hectares de áreas de preservação permanente, de um total de 254 milhões de hectares da extensão territorial brasileira. Dos 103 milhões de hectares de APPs, 59 milhões de hectares representam vegetação natural e o restante precisaria ser recomposto.
Outro ponto levantado foi o pagamento por serviços ambientais que, para Teles, precisa ser feito de maneira justa, com transparência sobre quem receberá a renda.
O centro da discussão, no entanto, está sendo a questão legal chamada de “competência concorrente”. O novo Código Florestal suscitou que a competência do Estado para legislar sobre florestas se enquadra em norma geral. Mas Teles questiona se a base dessa norma recairia em preceitos da Constituição Federal ou em tratados internacionais como o protocolo de San Jose da Costa Rica. De qualquer forma, a norma geral deve “ter condicionantes para pensarmos em toda a legislação brasileira”, diz.
Por fim, o fundamental no seminário foi a busca por um consenso, “que lide com a realidade desses riscos, que são econômico e social”, diz. A decisão compromete o futuro, por isso deve-se “pensar de maneira maior”.