Preço da arroba suína recua R$0,20 em 15 dias no RS com enfraquecimento da demanda. Movimento é atípico e pode se agravar no início de 2016

Nas últimas três semanas o mercado de suínos tem apresentado uma retração no consumo que influenciou diretamente nos preços do animal vivo pago ao produtor independente. Mesmo a carne suína sendo uma das opções mais baratas de proteína neste momento, o poder de compra da população reduziu significativamente.

Segundo o presidente da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul), Valdecir Folador, o setor projetava um aumento na demanda interna, haja vista que em momentos de crise a população tende a migrar de proteína.

"Nós esperávamos uma demanda um pouco melhor nesses três últimos meses do ano, tanto para o mercado interno, quanto na exportação". Ainda assim, a venda externa de carnes neste ano está acima dos volumes registrados em 2014, “mas ainda não tem sido suficiente para dar vazão a essa maior produção brasileira em 2015”, completa Folador.

Diante desse cenário, a bolsa de suínos do Rio Grande do Sul fechou a referência desta semana em R$ 4,05 o quilo do animal vivo, registrando uma queda de R$ 0,20 em relação ao preço praticado a três semanas atrás. E, segundo Folador já há uma expectativa de pressão nos preços para a próxima semana.

Para ele, o brasileiro ainda possui restrições quanto ao consumo de carne suína, por isso o avanço da demanda tem ficado abaixo das expectativas neste ano, "mas esperamos fechar 2015 com valores positivos para o setor", ressalta Folador.

Custo de Produção

Com a alta dos principais componentes da ração animal (farelo de soja e milho), os custos de produção da suinocultura subiram significativamente neste ano, saindo de R$ 3,05/kg para R$ 3,20/kg.

O milho que antes era vendido a R$ 26,00/sc, hoje custa ao produtor R$ 34,00 a saca. Já o farelo de soja saiu de R$ 1.110,00 a tonelada para R$ 1.450,00/t neste ano.

Ainda assim, o presidente afirma que os suinocultores no mercado gaúcho conseguem trabalhar com remuneração. "O produtor ainda tem margem, agora se o mercado não conseguir se manter nós podemos na virada do ano começar a trabalhar com a margem negativa", completa.