B3 antecipa movimento de queda dos preços do milho que ainda não apareceu no mercado físico

Publicado em 22/11/2024 16:23 e atualizado em 22/11/2024 17:03
Analista acredita em final de ano ainda sustentado pela ausência do produtor nas vendas
Ronaldo Fernandes - Analista de Mercado Royal Rural
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B3 antecipa movimento de queda dos preços do milho que ainda não apareceu no mercado físico

As cotações futuras do milho fecharam a sexta-feira (22) registrando a sétima queda consecutiva na Bolsa Brasileira (B3), em um movimento que busca antecipar uma baixa nos preços que ainda não apareceu no mercado físico. 

O Analista de Mercado da Royal Rural, Ronaldo Fernandes, aponta que as compras das traders para exportação em dezembro estão muito fracas e as indústrias de ração no Brasil começam a diminuir as compras para as paralisações de final de ano. 

Apesar disso, há um movimento de produtores segurando as vendas, o que impede os preços de caírem no mercado físico e, na visão de Fernandes, deve sustentar as cotações no Brasil durante essa reta final de 2024. 

Para 2025, o analista destaca cenário de atenção para as exportações brasileiras, que perderam espaço de mercado em 2024 e vão enfrentar mais concorrência de Estados Unidos, Ucrânia e Argentina. 

Diante disso, Fernandes considera que há boas oportunidades de trava para comercialização futura da segunda safra de 2025, mas ainda deixando espaço para acompanhar o clima da segunda safra do ano que vem e vender partes mais à frente. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira

As movimentações da B3 nesta sexta-feira registraram queda de 0,35% para o janeiro/25, cotado à R$ 72,12, perda de 0,40% para o março/25, valendo R$ 73,10, mas alta de 0,38% para o maio/25, negociado por R$ 72,22 e elevação de 0,40% par ao julho/25, com valor de R$ 68,07. 

No acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro registraram desvalorizações de 3,23% para o janeiro/25, de 2,40% para o março/25 e de 1,08% para o maio/25, além de ganho de 0,55% para o julho/25. 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho ainda teve mais avanços do que recuos neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorizações em Brasília/DF e Porto de Santos/SP e percebeu valorizações nas praças de Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT e Itiquira/MT.  

Mercado Externo 

Na avaliação de Ronaldo Fernandes, a Bolsa de Chicago (CBOT) vive um momento de muita incerteza após o resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos e a possibilidade de mudança radical nas políticas econômicas do país. 

O analista ressalta que Biden tinha uma política de apoio à sustentabilidade, que ajudava os preços de milho e soja para etanol e biodiesel. Já com Trump, o mercado está em compasso de espera se o novo presidente irá manter essa política ou não. 

Além disso, as dúvidas sobre qual será a relação entre Estados Unidos e China daqui para frente também desestabilizam o mercado. Já que durante a Guerra Comercial de 2018, onde os dois países trocaram taxações, os chineses deixaram de comprar soja e milho nos EUA, derrubando os preços de Chicago e subindo os prêmios pagos no Brasil. 

O vencimento dezembro/24 foi cotado à US$ 4,25 com desvalorização de 1,25 pontos, o março/25 valeu US$ 4,35 com queda de 1 ponto, o maio/25 foi negociado por US$ 4,42 com baixa de 0,75 pontos e o julho/25 teve valor de US$ 4,46 com perda de 0,50 pontos. 

Esses índices representaram movimentações negativas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (21), de 0,29% para o dezembro/24, de 0,23% para o março/25, de 0,17% para o maio/25 e de 0,11% para o julho/25. 

No acumulado da semanal, os contratos do cereal norte-americano registraram perdas de 0,06% para o maio/25 e de 0,22% para o julho/25, além de alta de 0,35% para o dezembro/24 e de estabilidade para o março/25. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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