B3 antecipa movimento de queda dos preços do milho que ainda não apareceu no mercado físico
B3 antecipa movimento de queda dos preços do milho que ainda não apareceu no mercado físico
As cotações futuras do milho fecharam a sexta-feira (22) registrando a sétima queda consecutiva na Bolsa Brasileira (B3), em um movimento que busca antecipar uma baixa nos preços que ainda não apareceu no mercado físico.
O Analista de Mercado da Royal Rural, Ronaldo Fernandes, aponta que as compras das traders para exportação em dezembro estão muito fracas e as indústrias de ração no Brasil começam a diminuir as compras para as paralisações de final de ano.
Apesar disso, há um movimento de produtores segurando as vendas, o que impede os preços de caírem no mercado físico e, na visão de Fernandes, deve sustentar as cotações no Brasil durante essa reta final de 2024.
Para 2025, o analista destaca cenário de atenção para as exportações brasileiras, que perderam espaço de mercado em 2024 e vão enfrentar mais concorrência de Estados Unidos, Ucrânia e Argentina.
Diante disso, Fernandes considera que há boas oportunidades de trava para comercialização futura da segunda safra de 2025, mas ainda deixando espaço para acompanhar o clima da segunda safra do ano que vem e vender partes mais à frente.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
As movimentações da B3 nesta sexta-feira registraram queda de 0,35% para o janeiro/25, cotado à R$ 72,12, perda de 0,40% para o março/25, valendo R$ 73,10, mas alta de 0,38% para o maio/25, negociado por R$ 72,22 e elevação de 0,40% par ao julho/25, com valor de R$ 68,07.
No acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro registraram desvalorizações de 3,23% para o janeiro/25, de 2,40% para o março/25 e de 1,08% para o maio/25, além de ganho de 0,55% para o julho/25.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho ainda teve mais avanços do que recuos neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorizações em Brasília/DF e Porto de Santos/SP e percebeu valorizações nas praças de Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT e Itiquira/MT.
Mercado Externo
Na avaliação de Ronaldo Fernandes, a Bolsa de Chicago (CBOT) vive um momento de muita incerteza após o resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos e a possibilidade de mudança radical nas políticas econômicas do país.
O analista ressalta que Biden tinha uma política de apoio à sustentabilidade, que ajudava os preços de milho e soja para etanol e biodiesel. Já com Trump, o mercado está em compasso de espera se o novo presidente irá manter essa política ou não.
Além disso, as dúvidas sobre qual será a relação entre Estados Unidos e China daqui para frente também desestabilizam o mercado. Já que durante a Guerra Comercial de 2018, onde os dois países trocaram taxações, os chineses deixaram de comprar soja e milho nos EUA, derrubando os preços de Chicago e subindo os prêmios pagos no Brasil.
O vencimento dezembro/24 foi cotado à US$ 4,25 com desvalorização de 1,25 pontos, o março/25 valeu US$ 4,35 com queda de 1 ponto, o maio/25 foi negociado por US$ 4,42 com baixa de 0,75 pontos e o julho/25 teve valor de US$ 4,46 com perda de 0,50 pontos.
Esses índices representaram movimentações negativas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (21), de 0,29% para o dezembro/24, de 0,23% para o março/25, de 0,17% para o maio/25 e de 0,11% para o julho/25.
No acumulado da semanal, os contratos do cereal norte-americano registraram perdas de 0,06% para o maio/25 e de 0,22% para o julho/25, além de alta de 0,35% para o dezembro/24 e de estabilidade para o março/25.