Demanda forte e produtor segurando vendas está sustentando altas nos preços do milho

Publicado em 11/10/2024 16:19
Consultor destaca importancia do mês de outubro para plantio da soja e definição da janela para 2ªsafra
Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios
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Demanda forte e produtor segurando vendas está sustentando altas nos preços do milho

A sexta-feira (11) chega ao final com os preços futuros do milho registrando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 68,50 e R$ 73,28, recuando até 0,6% neste pregão, mas ainda finalizando a semana com elevações de até 2,35%. 

O vencimento novembro/24 foi cotado à R$ 68,50 com queda de 0,46%, o janeiro/25 valeu R$ 71,79 com perda de 0,69%, o março/25 foi negociado por R$ 73,28 com baixa de 0,10% e o maio/25 teve valor de R$ 72,40 com alta de 0,07%. 

Já no acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro registraram valorizações de 0,72% para o novembro/24, de 1,10% para o janeiro/25, de 1,37% para o março/25 e de 2,35% para o maio/25, com relação ao fechamento da última sexta-feira (04). 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve um último dia da semana positivo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorização somente em Sorriso/MT e Dourados/MS. Já as valorizações apareceram em Ubiratã/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Eldorado/MS e Cândido Mota/SP. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira

O Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios, Ênio Fernandes, destaca que neste momento uma série de fatores de suporte às cotações do milho estão agindo para sustentar os preços do cereal na B, mas principalmente, no mercado interno brasileiro. 

Ele cita a demanda robusta no Brasil, com a recuperação do setor de proteínas animais, que está produzindo o que será vendido no final do ano, problemas com as pastagens e a seca, que demanda mais grãos na alimentação animal, exportações e produtores evitando participar do mercado e segurando oferta. 

Na visão de Fernandes, agora o mês de outubro será muito importante para o futuro deste mercado. Isso porque, áreas de soja que não foram plantadas até o dia 28 de outubro irão representar semeadura do milho segunda safra após o término da janela ideal, que vai até 28 de fevereiro em muitas regiões. 

Assim, o consultor espera uma safra de milho 2025 não maior do que a de 2024, inclusive diante da redução de áreas na safra de verão 24/25, e a demanda seguindo aquecida. Esse cenário pode representar preços de milho para a safra 2025 melhores do que os apresentados na colheita da safrinha de 2024. 

Mercado Externo 

Na Bolsa de Chicago (CBOT), a sexta-feira se encerrou com movimentações levemente negativas para os preços internacionais do milho futuro, que recuaram até 0,8% neste pregão e acumularam perdas de até 2,1% ao longo desta semana, a primeira com desvalorização após três semanas de elevações.

O vencimento dezembro/24 foi cotado à US$ 4,15 com perda de 2,75 pontos, o março/25 valeu US$ 4,33 com baixa de 3,25 pontos, o maio/25 foi negociado por US$ 4,41 com queda de 3,25 pontos e o julho/25 teve valor de US$ 4,47 com desvalorização de 3,75 pontos. 

Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (10), de 0,66% para o dezembro/24, de 0,74% para o março/25, de 0,73% para o maio/25 e de 0,83% para o julho/25. 

No acumulado semanal, os contratos do cereal norte-americano registraram baixas de 2,12% para o dezembro/24, de 1,98% para o março/25, de 1,94% para o maio/25 e de 1,76% para o julho/25, com relação ao fechamento da última sexta-feira (04). 

Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho testaram ganhos modestos às vezes durante a sessão de sexta-feira, mas caíram após o relatório WASDE do USDA, que mostra expectativas de que a produção dos EUA ficará acima de 15,2 bilhões de bushels nesta temporada.

A consultoria Agrinvest destaca que o mercado esperava uma queda na produtividade da safra dos Estados Unidos, mas o rendimento do cereal foi revisado levemente para cima no relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), resultando em mínimas alterações em relação ao relatório anterior. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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