Agrifatto enxerga milho acima dos R$ 90,00 no Brasil, pelo menos, até meados de abril

Publicado em 26/01/2022 10:53 e atualizado em 26/01/2022 13:29
Consultor aponta queda de produção da primeira safra como principal fator que sustenta as cotações no Brasil. B3 também recebe apoio de fatores externos para se manter em alta até mesmo nos vencimentos do segundo semestre, após a chegada da safrinha
Stefan Podsclan - Consultor de Grãos e Projetos na Agrifatto

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Agrifatto enxerga milho acima dos R$ 90,00 no Brasil, pelo menos, até meados de abril

As perdas de produção na primeira safra de milho do Brasil já são consolidadas e giram entorno de 5 a 6 milhões de toneladas, com prejuízos especialmente localizados na Região Sul do país, com redução de cerca de 40% da produção total esperada, o que vai impactar diretamente na oferta do cereal nestes estados.

De acordo com o consultor de grãos e projetos da Agrifatto, Stefan Podsclan, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná são grandes consumidores de milho para suas cadeias de proteínas animais e terão que suprir parte desse déficit com grãos vindos de outros estados, que tiveram desempenho melhor na safra verão e de um restante de importações que ainda estão para chegar aos portos brasileiros.

O consultor destaca que os produtores de aves e suínos, por exemplo, já estão com as margens apertadas e essa busca por grãos deverá levar em conta a paridade de importação e os custos internos, podendo resultado em remanejamento de animais e uma possível redução de demanda.

Diante deste cenário, a Agrifatto projeta que os preços do milho fiquem em patamares entre R$ 90,00 e R$ 95,00, pelo menos, até meados de abril, quando nos aproximaremos da segunda safra do cereal.

A Bolsa Brasileira (B3) já mostra cotações do segundo semestre de 2022 acima dos R$ 90,00, o que segundo Podsclan, reflete não só esse cenário de menos oferta interna, mas também a alta de preços internacionais com demanda elevada nos Estados Unidos, concorrência com o trigo para alimentação animal e as tensões entre Rússia e Ucrânia.

Confira a íntegra da entrevista com o consultor de grãos e projetos da Agrifatto no vídeo.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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