Mesmo com recuo do dólar, milho brasileiro segue competitivo para exportação, diz Céleres Consultoria
Podcast
Mesmo com recuo do dólar, milho brasileiro segue competitivo para exportação, diz Céleres Consultoria
Somente nos quatro primeiros dias úteis do mês de novembro, o Brasil exportou 1.159.664,4 toneladas de milho. Com isso, a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) elevou as estimativas de exportação de novembro para 4,8 milhões de toneladas, ante 4,15 milhões estimadas na semana anterior, e nem mesmo o recente recuo do dólar deve dificultar os embarques brasileiros.
Segundo a analista de mercado da Céleres Consultoria, Daniely Santos, a queda do dólar se deu por motivos externos, como a eleição norte-americana e os avanços das vacinas para a COVID-19. Porém, os fatores políticos e econômicos internos seguem sustentando o câmbio contra o real.
“O milho brasileiro continua sendo competitivo com o dólar ao redor dos R$ 5,00 não só pelo dólar, mas também por o Brasil conseguir aumentar a produção de milho sem ter que deixar de cultivar nenhum pé de soja”, diz a analista.
Assim, a consultoria estima as exportações totais deste ciclo entre 32 e 33 milhões de toneladas, volume inferior ao ano passado (que foi recorde), mas bastante superior aos anteriores, quando os embarques eram inferiores às 30 milhões de toneladas.
Este cenário que já é positivo pode ficar ainda mais favorável aos produtores brasileiros em 2021. Isso porque o China, que vem se tornando um importante player de importação de milho, pode transferir novas demandas para o Brasil.
Santos explica que hoje o Brasil não envia o cereal para a nação asiática em função de uma falta de acordo fitossanitário entre os países, mas que o governo brasileiro deve intensificar os esforços nos primeiros meses do ano que vem para liberar essas negociações.
“É uma grande oportunidade para o Brasil e vai ser bastante positivo inclusive para os preços. Caso esse cenário se confirme, é possível que entremos em um novo patamar de preços de milho. Talvez não tão valorizado como hoje, com a saca à R$ 80,00 no Mato Grosso, mas, com certeza, muito mais valorizado do que os R$ 22,00 ou R$ 23,00 por saca que era comum a gente ver há dois anos”, comenta.
Confira a entrevista completa com a analista de mercado da Céleres Consultoria no vídeo.