Pressão da colheita deve chegar ao preço do milho no final de agosto, mas ainda manter patamar superior aos R$ 46,00/sc
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Pressão da colheita deve chegar ao preço do milho no final de agosto, mas ainda manter patamar superior aos R$ 46,00/sc
Os trabalhos de colheita da segunda safra de milho seguem avançando pelo Brasil, mas a pressão deste novo volume ainda não chegou às cotações do cereal no país. Os números divulgados nos últimos boletins dos órgãos estaduais apontam que o Mato Grosso já colheu 61,13%, o Paraná 11% e o Mato Grosso do Sul 2,1%.
Segundo o analista de grãos do Rabobank, Victor Ikeda, apesar de atrasada com relação ao ano passado, a colheita está em linha com a média dos últimos cinco anos e a pressão nos preços do milho deve começar a aparecer ao final do mês de agosto, quando os trabalhos já devem estar encerrados.
Os estoques apertados durante boa parte do primeiro semestre é o que ainda sustenta esses preços. O indicador ESALQ/BM&FBOVESPA fechou a última quarta-feira (15) em R$ 49,40 a saca e a indicação da B3 para o contrato setembro/20 aponta redução para algo entre R$ 46,80 e R$ 46,90.
O analista destaca que, mesmo com essa retração, os preços seguem em patamares próximos aos recordes nominais para o período e mantêm a rentabilidade ao produtor. Uma nova movimentação de alta deve surgir a partir de outubro com as exportações e a demanda interna ganhando força.
Ikeda aponta ainda que, as oportunidades para travamento de vendas da próxima segunda safra em 2021 estão favoráveis com a sinalização de preços da saca ao redor de R$ 46,00. Seguindo este cenário, o Mato Grosso já negociou cerca de 40% da safra de milho do ano que vem de acordo com o Imea.
Por fim, olhando para a exportação, o Rabobank estima volume total de 33 milhões de toneladas após as 4 milhões registradas no primeiro semestre, com o câmbio deixando o cereal brasileiro bastante competitivo até mesmo com relação ao norte-americano.
Confira a íntegra da entrevista com o analista de grãos do Rabobank no vídeo.