Cepea aponta incertezas sobre demanda interna com responsáveis por quedas nas cotações do milho

Publicado em 16/04/2020 10:48
Momento é de definição sobre o tamanho da segunda safra e dúvidas sobre a manutenção da demanda interna, em especial do setor de carnes, gera instabilidade nos preços do cereal
Lucilio Alves - Pesquisador do Cepea

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Cepea aponta incertezas sobre demanda interna com responsáveis por quedas nas cotações do milho

 

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O mês de março registrou cotações altistas para o milho no mercado brasileiro, inclusive atingindo preços recordes no final do mês. Porém, abril chegou e com ele a tendência se tornou de baixas, com o indicador Cepea, por exemplo, caindo mais de 13% até o momento.

Segundo o pesquisador do Cepea, Lucílio Alves, esse movimento intenso de desvalorizações acontece principalmente em regiões como o estado de São Paulo e a praça de Campinas, enquanto a estabilidade ainda segue presente no Porto Paranaguá (com a saca na casa dos R$ 44,00) e no Nordeste (ainda valendo R$ 60,00). Já na região sul, os preços também caíram, mas não nesses patamares.

Para o pesquisador, a oferta de milho cresceu com a colheita da safra verão e a disponibilização de volumes do cereal por parte de algumas usinas de etanol do Centro-Oeste, o que aliado as depreciações internacionais do cereal, contribuiu para a queda nos preços no país.

Mas o principal fator que mexe com o mercado neste momento é a incerteza sobre o tamanho da demanda no Brasil, em especial para o setor de carnes que consome ração à base de milho. Alves destaca que o avanço do Coronavírus deixa a dúvida sobre como a demanda interna por carnes e as exportações brasileiras vão se comportar daqui em diante, já que o ritmo de algumas indústrias nacionais já está menor.

Neste momento, as cotações já ficaram naturalmente mais incertas, já que vivemos a definição do tamanho da produção da segunda safra, que representa 70% da oferta de milho no Brasil e isso deve impactar em um novo rumo para os preços no segundo semestre.

O pesquisador alerta que o milho brasileiro segue sendo mais competitivo internacionalmente do que concorrentes argentinos e ucranianos, e as exportações devem retomar força na segunda metade do ano, contribuindo para diminuir a oferta interna e atuar na impulsão das cotações.

Mesmo assim, os produtores precisam seguir atentos aos movimentos dos mercados que demandam milho como o de carnes e o de etanol e aproveitar os bons momentos de vendas, quando for possível cobrir seus custos em bons parâmetros, sem esperar situações de preços exageradamente atrativos para fechar as vendas.

Confira a íntegra da entrevista com o pesquisador do Cepea no vídeo.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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