Milho: Mercado brasileiro deve manter preços firmes durante todo ano, acredita analista

Publicado em 06/02/2020 10:22
Estoques baixos e demanda forte dão suporte mesmo com chegada das ofertas de verão e da safrinha. Indicador Cepea se mantém acima dos R$ 50/saca, e no interior, cotações superam os R$ 40,00.
Roberto Carlos Rafael - Germinar Corretora

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Mercado do Milho - Entrevista com Roberto Carlos Rafael - Germinar Corretora

 

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O mercado brasileiro de milho deverá manter seus preços fortes e remuneradores durante todo o ano de 2020, segundo avalia o analista Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora. Os estoques baixos e a demanda firme - tanto no consumo interno, quanto para exportação - deverão ser os dois principais fatores de sustentação dos valores. 

Rafael explica ainda que, nos últimos dias, o mercado viu a oferta aumentar um pouco no Brasil com alguns produtores vindo a mercado diante das preocupações com as notícias internacionais que promoveram intensas reações mundo a fora. 

"Acredito que havia alguns produtores que precisavam abrir espaço em função da colheita da soja e teve também aquele produtor que ficou preocupado com essa dinâmica do que poderia acontecer no consumo mundial em função do coronavírus", diz. "Mas quem vendeu nesse período pegou os melhores momentos da safra agrícola, e ainda temos um preço muito bom para o produtor", completa. 

As perspectivas fortes para as exportações brasileiras de carnes - suína, de frango e bovina - fortalecem ainda mais as projeções de um consumo interno agressivo, necessitado de mais matéria-prima e, por isso, ainda como explica o analista, os compradores por aqui terão de pagar melhor do que a exportação para garantir seu produto. A China, um dos principais compradores das proteínas nacionais, continuarão a demandar mais, especialmente frente aos atuais problemas como a Peste Suína Africana, a Gripe Aviária, e o coronavírus. 

Afinal, as expectativas são de que o Brasil exporte algo entre 34 e 37 milhões de toneladas neste ano, com potencial até mesmo para alcançar, novamente, a casa dos 40 milhões de toneladas, como aconteceu em 2019. E essa projeção positiva para o milho brasileiro se dá diante de uma combinação de fatores que contempla preços mais competitivos, relações comerciais que favorecem o Brasil e um produto de melhor qualidade se comparado ao dos principais concorrentes. 

"Acho que falta de produto não teremos. Acho que o mercado vai se ajustando, percebendo onde estão essas revisões nas exportação e o mercado interno tem que pagar mais e retém o produto. Mas estamos falando de um cenário onde tudo corra bem, mas temos ainda a safra americana por acontecer e a safrinha brasileira por acontecer", alerta Rafael.

Dessa forma, o analista afirma que este pode ser um momento interessante para vendas da safra de verão por parte dos produtores brasileiros - frente aos atuais e remuneradores patamares de preços. "É um preço firme durante a colheita da safra", diz. Já para quem está focado na safrinha, "produza o que puder porque teremos preços remuneradores e o que for produzido vai sair na exportação", complementa, dizendo que as referências nos portos ainda oscilam entre R$ 41,00 e R$ 42,00 por saca. 

Scot Consultoria: Câmbio, demanda firme e expectativas de estoques menores deram sustentação ao preço do milho

Os preços do milho subiram em janeiro no mercado interno.

A boa demanda doméstica, o dólar em patamar elevado e as incertezas com relação a produção em 2019/2020 deram sustentação às cotações do cereal ao longo do mês passado. 

Destacamos, no entanto, o cenário de preços mais frouxos na última semana de janeiro e começo de fevereiro, diante da maior oferta, conforme avança a colheita da primeira safra. 

Segundo levantamento da Scot Consultoria, na região de Campinas-SP, a saca de 60 quilos está cotada entre R$51,00 e R$52,00, sem o frete, frente a negócios em até R$53,00 em meados de janeiro desse ano. 

Em curto prazo, o aumento da disponibilidade interna e maior intenção do vendedor em negociar são fatores que podem tirar a sustentação das cotações do milho no mercado brasileiro. 

De qualquer forma, a expectativa de estoques mais apertados na temporada e o câmbio em patamar elevado são fatores limitantes para as quedas dos preços, em reais. 

Para as próximas semanas, o clima e a situação da primeira safra de milho no país (fase de colheita) e segunda safra (fase de semeadura), junto com a demanda, são os principais fatores de direcionamento dos preços, em reais, nas próximas semanas.

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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