Com menor oferta de milho nos EUA, Brasil pode atender demanda mundial, mas safra recorde deve limitar alta nos preços
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Entrevista com André Sanches - Pesquisador da Área de Milho do Cepea sobre o Mercado do Milho
Com a expectativa de menor oferta de milho nos Estados Unidos, o Brasil tem condições de atender a demanda mundial com 50 milhões de toneladas de cereal disponíveis para exportação. No entanto, as altas nos preços devem ficar limitadas em função da safra recorde neste ano.
Na última segunda-feira (10), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou os dados de plantio do milho em que 83% da área já foi cultivada. “Lembrando que a janela ideal de plantio dos EUA já foi encerrada e percebemos um patamar mais alto de preços norte-americanos tem incentivado o produtor a assumir uma parcela maior dos riscos”, afirma André Sanches, o pesquisador da área de milho do Cepea.
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A área semeada ainda se encontra abaixo do ideal e a tendência é que a produtividade fique comprometida. “O mercado vai acompanhar o desenvolvimento da safra americana e qual será a produção final. Por outro lado, o Brasil está vivenciando uma situação oposta com as condições climáticas favoráveis e a safrinha está evoluindo de forma satisfatória”, comenta.
Segundo as informações da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), o milho safrinha 2019 deve ter produção de 70,677 milhões de toneladas. “Isso vai gerar um excedente muito grande de produção que vai gerar uma disponibilidade superior a 112 milhões de toneladas. Com isso, vamos ter que encontrar novos compradores para o milho brasileiro”, destaca.
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O pesquisador salienta que o primeiro contrato na Bolsa de Chicago (CBOT) registrou um aumento de 18% durante o mês de maio. “Nós temos observado que o mercado norte americano tem lidado melhor com esse ajuste de oferta e demanda. E os agentes já estão ajustando essas expectativas tanto é que as cotações já apresentaram quedas”, relata.
Com relação aos preços no mercado interno, as referências para a região de Campinas/SP registrou um aumento de 15% no mês de maio e estão próximas de R$ 38,56 a saca. Já no Porto de Paranaguá, as cotações para o cereal giram ao redor de R$ 38,90 a saca com uma alta de 12% no mês de maio.
“Após esse aumento muito forte no mês de maio, nós já estamos observando neste mês de junho quedas nas cotações. Na região de Campinas/SP, os preços tiveram um reajuste e está ao redor de R$ 36,70 a saca e o Porto de Paranaguá a saca está cotada a R$ 38,04”, diz o pesquisador.