Com alta de 30% no frete e queda na produtividade, produtores seguram vendas do milho em Aparecida do Rio Negro (TO)
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Entrevista com Ricardo Backendorf sobre o Acompanhamento de Safra do Milho Safrinha
O impasse em relação ao tabelamento do frete continua impactando os negócios com soja e milho no mercado doméstico. Em Aparecida do Rio Negro (TO), o frete subiu mais de 30% nesta temporada, cenário que associado a quebra na produtividade das lavouras de milho safrinha têm deixado as negociações lentas.
Na região, a saca do milho é cotada a R$ 28,00, porém, o valor não cobre os custos de produção. "A alta do frete está onerando o setor e os produtores estão segurando as vendas à espera de melhores oportunidades de comercialização. A expectativa é que com a quebra na safrinha as cotações possam atingir os patamares de R$ 33,00 a R4 35,00 a saca", explica o produtor rural da localidade, Ricardo Backendorf.
Outro fator que também tem ajustado as margens aos produtores rurais na região é a cobrança do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para a venda de milho para outros estados. Boa parte da safrinha produzida no Tocantins atende a demanda interna no Nordeste.
Além desse cenário, os produtores também colheram menos milho nesta temporada. Com o corte das chuvas mais cedo, a produtividade das lavouras baixou de 80 sacas a 100 sacas por hectare em média para 60 sacas por hectare, uma queda de 30%. E muitos agricultores não têm seguro das áreas.
Soja
O estado ainda possui cerca de 20% a 25% de soja para ser comercializada e escoada. "O frete ainda atrasou o pagamento das empresas e a retirada da soja. O tabelamento trouxe desequilíbrio para toda a cadeia. A soja é cotada próxima de R$ 73,00 a saca no mercado disponível e entre R$ 71,00 a R$ 72,00 a saca no mercado futuro, mas os negócios são bem pontuais", completa o produtor rural.
Fertilizantes
O atraso de 27% na entrega dos fertilizantes também tem preocupado os produtores rurais na região. O cenário pode prejudicar o plantio e a produtividade das lavouras de soja da safra de verão. Se as chuvas se consolidarem, os produtores já podem começar a semeadura da oleaginosa em meados do mês de outubro.