Milho: Colheita da safrinha chega a 50% em Tapurah (MT) e confirma quebra de até 20 scs/ha
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Entrevista com Silvésio de Oliveira - Produtor Rural sobre o Acompanhamento de Safra do Milho Safrinha
O avanço da colheita do milho safrinha em Tapurah (MT) tem confirmado a quebra na produtividade das lavouras nesta temporada. Com 50% da área colhida até o momento, os produtores têm ressaltado uma diferença de até 20 sacas por hectare em comparação com o rendimento registrado no ano anterior. No estado, a colheita do cereal já está completa em 21,28% da área cultivada nesta safra.
Para o produtor rural da região, Silvésio de Oliveira, a redução no rendimento é decorrente do excesso de chuvas observado durante os meses de fevereiro e março na localidade. "Com isso, as plantas tiveram dificuldades em absorver o nitrogênio e a polinização também foi comprometida", completa.
Fora dos campos, os produtores seguem preocupados com os impactos do impasse do tabelamento do frete. Os armazéns da região estão próximos de atingirem a capacidade máxima de estocagem. Isso porque, muitas empresas ainda não escoaram a soja da safra de verão, que já foi negociada.
"Os armazéns estão lotados e muitos produtores estão utilizando silos-bolsa para o milho safrinha. E os negócios estão parados na nossa região, inclusive, com esse impasse os preços do cereal já recuaram de R$ 20,00 a saca para algo em torno de R$ 16,00 a R$ 17,00 a saca", destaca o produtor rural.
Outro impacto do frete é o atraso na entrega dos fertilizantes da safra de verão, cenário que pode afetar o rendimento das lavouras de soja. "Eu mesmo comprei o adubo e ainda não recebi. E muitas empresas não têm previsão de entrega desses produtos", pondera Oliveira.
Demanda
Diante de tantas incertezas, os produtores ainda seguem focados na demanda pelo milho no estado. No último mês, a BR Foods que operava em Campo Verde (MT), informou que estaria encerrando suas atividades de produção de frangos, ovos e ração no município, mantendo apenas o recebimento, armazenamento e beneficiamento de grãos.
"Esse fechamento impacta diretamente no consumo interno e acaba sendo um baque para o estado. Esperamos que a produção de etanol, a partir de milho, possa compensar parte dessa demanda", diz o produtor rural.