Chuvas acima da média e pouca luminosidade podem afetar rendimento do milho safrinha em Nova Mutum (MT)

As chuvas acima da média e a pouca luminosidade têm deixado os produtores rurais de Nova Mutum (MT) receosos em relação à produtividade das lavouras de milho safrinha. Inclusive, as plantações cultivadas mais cedo e que não tiveram o manejo adequado apresentam problemas com as doenças de final de ciclo, em especial a diplodia, que pode ocasionar grãos avariados.

Contudo, apesar das preocupações, o presidente do Sindicato Rural do município, Emerson Zancanaro, reforça que 80% das lavouras já estão com grãos formados e a salvo. "Claro que os dias nublados preocupam, pois não sabemos como será o peso dos grãos. Além disso, não sabemos também como o fungo da diplodia irá se comportar mais adiante. Cenário em que as lavouras poderão não expressar todo o seu potencial produtivo", completa.

Entretanto,  a perspectiva ainda é de um rendimento médio próximo ao registrado no anterior, de 107 sacas do grão por hectare. E a produtividade nesta temporada será determinante para a rentabilidade dos produtores na região.

Lavoura de milho em Nova Mutum (MT)

Lavoura de milho em Nova Mutum (MT)

Lavoura de milho em Nova Mutum (MT)

Preços

Diante das preocupações com a safra no Rio Grande do Sul e na Argentina, os preços da saca do milho subiram em Nova Mutum. A saca do cereal passou de R$ 16,00 para em torno de R$ 20,00 a R$ 21,00 a saca.

"Por conta da logística, nós precisamos colher cerca de 120 sacas por hectare e vendermos a saca entre R$ 20,00 a R$ 21,00, esse é o nosso ponto de equilíbrio. Isso sem contar que tivemos um aumento significativo nos custos de produção com as sementes, aplicações nas lavouras para o combate das lagartas, pois muitas tecnologias perderam a eficiência e as doenças de final de ciclo. E tudo isso nos preocupa muito", relata Zancanaro.

Comercialização da soja

A comercialização da soja caminhou mais rapidamente na região nas últimas semanas. Com o valor a R$ 72,00 a saca, os produtores avançaram nas negociações. E também para liberar espaço nos armazéns para a estocagem da produção de milho safrinha.

"Estamos mais preparados, mas sempre dependendo dos preços e de uma logística melhor. Inclusive, já estamos realizando as compras da safra 2018/19 na região. Os produtores estão realizando compras em grupo e há um avanço satisfatório no planejamento da próxima safra", finaliza a liderança sindical.