Nova rota de importação do milho paraguaio para Santa Catarina deve iniciar com muitos gargalos e dúvidas sobre sua eficiência
A partir do dia 9 de fevereiro começa a funcionar a nova rota para que o milho proveniente do Paraguai acesse o estado de Santa Catarina. Hoje, o estado consome 6,5 milhões de toneladas, mas só produz 2,5 milhões, dependendo do país vizinho para abastecer a produção animal local de forma menos custosa.
Para Enori Barbieri, vice-presidente da FAESC, a nova rota pode ajudar a baratear o frete, mas ainda tem alguns gargalos, como possíveis problemas de demora na aduana em Dionísio Cerqueira (SC). Contudo, ele aponta que o estado "quer acreditar que o início da rota é o começo para ter uma estrutura ideal", não somente voltada ao milho, mas também para a entrada e saída de produtos brasileiros com direção ao Paraguai e Argentina.
Ele acredita que essa nova rota que está sendo testada pode também pressionar as estruturas governamentais para que melhorias neste sentido sejam feitas. Até então, a carga vinha por Foz do Iguaçú, que já conta com filas demoradas para a entrada de produtos.
O estado tem encontrado algumas resistências entre seus produtores de milho, mas Barbieri salienta que não é essa medida que será capaz de deixar o milho catarinense mais barato. A produção de suínos cresceu 1 milhão de toneladas no ano passado e as exportações cresceram 16%. As exportações de frango, por sua vez, tiveram aumento de 12%. Estes fatores, como ele salienta, "trazem muitas divisas" e dependem diretamente do cereal.
Em fevereiro, será testado também se essa nova rota irá provocar uma redução efetiva no custo do frete. Tudo irá depender, como destaca o vice-presidente, do tempo em que os caminhões ficarão na aduana.