Milho precisa de vazio sanitário para deter as cigarrinhas
Diretamente do 50º Encontro de Fitopatologia, em Uberlândia (MG), o Notícias Agrícolas conversou com Fernando César Juliatti, professor em fitopatologia e coordenador do evento, sobre o enfezamento do milho, doença que é provocada pela cigarrinha.
Por conta deste problema, o professor defende que a cultura também tenha um vazio sanitário, concentrando a semeadura em apenas uma época. Como a soja é uma cultura típica do verão, o milho seria plantado apenas na segunda safra, de forma a reduzir a população da praga.
O controle se aplicaria a todo o país e ele sustenta que a discussão deve ser provocada até que se consiga materiais de alto nível de resistência ao complexo. O controle químico sozinho, como visualiza Juliatti, não é suficiente para mitigar a doença.
O inseto se reproduz com rapidez, de forma exponencial. Um vazio poderia barrar a migração e o fluxo de insetos em um determinada região, diminuindo a população. Dentro da propriedade, o manejo deve ser mantido.
Juliatti conta que, no estado do Paraná, há áreas com, praticamente, 100% de incidência. Há epidemias também na Bahia e em Goiás, mas que ainda não foram devidamente quantificadas.
Além do vazio, ele destaca que o plantio de materiais mais resistentes e a concentração de semeadura em uma janela comum a todos em cada região também seriam fatores efetivos para o combate à cigarrinha.
O professor destaca ainda a ferrugem da soja, que ocorreu com maior incidência em lavouras plantadas ao final do ciclo, apresentando queda da resistência das carboxamidas e o mofo branco, que ainda não apresenta resistência, mas que sua aparição está suscetível a todas as plantas.