Resgate e multiplicação de sementes crioulas contribuem para a preservação do material genético
O resgate e a multiplicação das sementes criuolas têm sido uma prática comum na região de Ibarama (RS). De acordo com o chefe de escritório da Emater/RS Ascar do município, Giovane Vielmo, a prática é de extrema importância para a preservação do material genético.
“São essas sementes que dão origem as outras sementes. E esse material estava se perdendo. A multiplicação tem promovido e possibilitado que outras famílias cultivar sementes que não foram modificadas, são puras. Sementes com valor nutricional diferenciado”, destaca a liderança.
Além disso, diante dos altos custos de produção, a multiplicação das sementes tem sido uma opção aos produtores, tornando-os mais independentes na aquisição das sementes. “E precisamos ter alta produtividade para ter renda. Muitos produtores de outros estados têm vindo à nossa região em busca das sementes criuolas, querendo ter redução nos custos e lucratividade”, reforça Vielmo.
Em campo, as sementes criuolas também demonstram bons rendimentos. “São sementes adaptadas às regiões e mesmo com menor tecnologia consegue garantir um bom rendimento”, completa o chefe de escritório. E, além do estado gaúcho, a prática também é comum em Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e estados das regiões Norte e Nordeste.
Paralelamente, as informações têm sido repassadas para as futuras gerações. Através do projeto Guardiões Mirins, os jovens da região têm aprendido a importância das sementes criuolas, o resgate e a multiplicação. “Com isso, trocamos experiências e mantemos a tradição no município”, diz Vielmo.
Entre os dias 10 e 11 de agosto, a região realiza os eventos XVI Dia da Troca de Sementes Crioulas de Ibarama, o 6º Seminário da Agrobiodiversidade Crioula, a 6ª Feira da Economia Popular Solidária e o 6º Seminário Regional dos Guardiões Mirins das Sementes Crioulas.