Oferta de mais de 67 milhões de toneladas nos próximos 60 dias faz preços do milho recuarem mais rápido no interior do país

Publicado em 29/06/2017 16:32
Exportações brasileiras de milho precisam manter ritmo de 5 milhões de toneladas ao mês no segundo semestre para enxugar oferta e reverter cenário de preços baixos
Paulo Molinari - Analista de mercado

Nos últimos dias, o mercado do milho se mostrou bastante pressionado, com preços em queda no interior, abaixo do mínimo em algumas situações. Agora, o Governo Federal também abriu a oportunidade para os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e para o Distrito Federal de participar dos leilões de comercialização.

Paulo Molinari, analista de mercado da Safras & Mercado, destaca que a movimentação dos preços é normal. A safra brasileira é grande, com maiores produtividades da história: 67 milhões de toneladas serão colhidas nos próximos dias e nem a demanda interna e nem a exportação cosneguem absorver isso em 90 dias.

Hoje, os preços giram em torno de R$28 em Santos, R$27 em Paranaguá. Os preços no interior devem praticar os preços do porto menos o frete. Entretanto, a pressão de venda no interior faz com que os preços caiam mais do que nos portos.

Para o analista, pelo volume que será abrangido pelos leilões do Governo e pelos recursos disponíveis, a chance de mudar o mercado a partir desses leilões é rara. Uma mudança nos preços poderia ocorrer apenas por um problema na safra americana ou por uma pressão cambial que mude os preços no porto.

Seria necessário, como destaca Molinari, que 5 milhões de toneladas fossem retiradas por mês, até fevereiro, para que o mercado encontrasse equilíbrio. Ele diz que essa meta já foi possível durante agosto e janeiro de 2015. Neste ano, a situação ainda é uma incógnita.

Ainda há liquidez, sem comprometimento de demanda. Contudo, a safra brasileira possui um volume bastante expressivo. A partir de agora, os produtores devem prestar atenção no mercado e vender de acordo com sua necessidade, já que apenas um fato novo seria capaz de mudar a situação.

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Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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