Colheita do milho avança em GO enquanto demanda segue enfraquecida pela incerteza no confinamento. Preço fica abaixo do mínimo
O estado de Goiás deve entrar agora na lista dos que serão beneficiados pelos leilões de apoio à comercialização do milho do Governo Federal. Isso se deve a uma segunda safra recorde de milho, que não pode ser toda absorvida pelo mercado interno. A partir de um levantamento realizado, surgiu a necessidade de buscar esse apoio.
Bartolomeu Braz Pereira, presidente da Aprosoja-GO, disse que a entidade buscou essa inclusão junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), concretizando a inclusão em uma reunião com o secretário Neri Geller. A necessidade, agora, é que esse edital seja publicado ainda nesta semana, com Pep e Pepro, para que os produtores possam acessar esses mecanismos a partir da semana que vem.
O preço mínimo do estado é de R$19,21. Entretanto, os preços praticados estão até R$2 abaixo. A expectativa é de uma produção de 7,5 milhões de toneladas. Em um cenário normal, 70% dessa produção poderia ser absorvido pelos mercados pecuário, de aves, de suínos e de leite da região. Contudo, a economia e o desemprego impedem que este fator ocorra. Uma esperança está, agora, na diminuição do ICMS para a produção de gado, que deve baixar de 12% para 7%.
Outras cadeias também são incentivadas, como forma de buscar alternativas neste momento. Há duas usinas de etanol instaladas em Goiás. Pereira acredita que o biocombustível deva continuar crescendo cada vez mais, já que foi um dos grandes saltos da agricultura nos últimos anos.
A Aprosoja-GO divulgou também uma nota oficial pedindo para que os produtores ficassem atentos às empresas que irão participar do processo de equalização, pois algumas regiões do Mato Grosso enfrentaram problemas com empresas que faziam trocas de insumos com preços altos e os produtores não tinham acesso ao prêmio oferecido pelos leilões.
Pereira destaca, ainda, que acredita ser necessário a aprovação da reforma trabalhista e também da continuidade da reforma trabalhista rural para "melhorar a produtividade nossa e do trabalhador", além de salientar a questão do Funrural, cuja Medida Provisória (MP) ainda não foi publicada, deixando os produtores vulneráveis.