Cigarrinha do milho eleva os custos de produção no Oeste da Bahia
Diretamente da Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães (BA), o vice-presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA), Luiz Pradella, destaca que a região de Coaceral (BA) está finalizando a sua cultura, com o milho saindo pronto para consumo em uma produtividade que apresenta o dobro de volume do ano passado.
O milho plantado por volta de novembro, final de outubro, sofreu com uma época de estiagem. Para aqueles que plantaram no final da época de plantio, a situação de chuvas foi um pouco melhor e, consequentemente, a produtividade também se mostrou mais expressiva.
Entretanto, o oeste da Bahia também enfrenta o problema da cigarrinha do milho. A praga apareceu nas duas últimas safras e, apesar de não se ter um conhecimento muito grande sobre sua ação, o estrago feito por ela é muito grande. O controle, por sua vez, também não é tão efetivo, além do fato de essa ser uma praga migratória.
Produtores chegaram a fazer oito aplicações ou mais de inseticidas para essa praga. Assim, o aumento do custo de produção traz preocupações para a próxima safra, podendo ocasionar em uma redução de área, somado ao fator do preço do milho ser desanimador.
Assim, a soja, que tem um custo de investimento menor, pode surgir no lugar do milho em algumas propriedades. Embora sua rentabilidade também não esteja ideal no momento, ela pode se tornar a opção para os produtores. Há, ainda, a dificuldade de escoamento do milho na região, o que não ocorre com a soja.
O preço do milho na região, a depender do tamanho do lote, gira em torno de R$20 a R$25 a saca. Considerando todos os fatores, a margem dos produtores fica apertada com esses preços, correndo o risco de fechar no vermelho.
Com os leilões de Pep e Pepro, o milho vem de outras regiões para ser consumido no Nordeste. Na opinião dos produtores da Bahia, este milho leiloado deveria ir para os portos e ser escoado de outras formas, uma vez que sobra milho no estado.