Safrinha de Milho: Perda produtividade em Itambaracá/PR já é de 30% com região sem chuvas há 35 dias
A safrinha de milho em Itambaracá, no Paraná, já vem sofrendo com a falta de chuvas boas há 35 dias. As poucas precipitações que chegaram à região foram irregulares, mal distribuídas e insuficientes para permitir um bom início das lavouras. Dessa forma, a produção local já está entre 30% e 40% comprometida.
"Plantamos achando que ia chover, porque é normal chover nessa época, mas ela nao veio esse ano, deu essa atrasada. E no município vizinho, tem milho que nem nasceu. A janela já fechou faz tempo", diz o produtor rural local Mário Teixeira Neto. "Esse ano, alguns produtores fecharam o plantio no final de março, quer dizer, perdemos mais de 30 dias do período ideal", completa.
Assim, as lavouras que mais sentem neste momento são aquelas plantadas um pouco mais tarde. Nem mesmo as últimas boas chuvas permitiram que os níveis de umidade do solo fossem suficientes para permitir um melhor desenvolvimento das lavouras.
Com isso, as primeiras projeções de perda de produtividade já chegam a algo entre 30% e 35%.
As últimas previsões climáticas indicam algumas chuvas para esta quinta (20) e sexta-feira (21) e, confirmadas, elas servirão apenas para amenizar as perdas do milho, e não para promover sua recuperação. "Tem milho que foi plantado mais cedo, está maior, com a raíz mais profunda, pegando umidade lá embaixo, este está aguentando. Mas, o milho que foi plantado mais tarde por atraso do plantio, ele tem a raíz mais na superfície e este está sofrendo mais", diz Neto.
Pragas
Com a falta das chuvas, a incidência de pragas aumenta e, no caso da região de Itambaracá o maior problema tem sido o percevejo.
"Quando o milho não desenvolve por falta de umidade, a praga fica lá, e quando ele vai crescendo sadio, a praga não consegue concorrer com ele. Hoje, fazmos de 3 a 4 aplicações, fora o tratamento feito na semente que ajuda a controlar parte dele", relata o produtor.
Preços
Os preços do milho na região de Itambaracá estão na casa dos R$ 20,00 por saca, abaixo do ideal para cobrir os custos e garantir a renda. "R$ 20,00 com uma produção baixa você vai virar o ano só em movimento, em despesa, não vai ter lucro", explica o produtor.
E nesta safrinha, o custo de produção foi maior, com altas expressivas, principalmente, entre o preços da semente de 50% a 60%. "Pagamos um saco de 17 e 18 kg de milho entre R$ 600,00 e R$ 630,00, e a gente gasta 2,2 sacas por alqueire", explica Neto.