Em meio à projeção de super safra, milho deverá ficar a céu aberto em Nova Ubiratã (MT)
Na região de Nova Ubiratã (MT), o plantio de milho safrinha passou por um período de falta de chuvas que ainda não se normalizou. Algumas áreas irão perder parte da produção, como conta o presidente do sindicato rural do município, Albino Castilho Ruiz, mas a tendência geral é que haja uma safra pontual e cheia.
Enquanto neste ano os produtores ganham na produção, a situação também é mais complicada em relação ao ano passado. Muitos armazéns ainda guardam soja que ainda não foi vendida e não sobra espaço para o milho a ser colhido. A tendência é que muito milho sobre para fora dos armazéns, correndo o risco de ficar a céu aberto - alguns produtores, no entanto, investem em silo bolsa.
Nos preços atuais, "é muito complicado vender", como conta o presidente. Os preços giram em torno de R$11 a R$12 na região, muito abaixo do preço mínimo, que é de R$16,50, gerando assim uma grande defasagem no valor do milho. Foram feitas poucas comercializações antecipadas, já que os produtores ficaram repreensivos em relação ao ano passado, quando muitos contratos não foram cumpridos por falta de colheita.
Hoje (19), o Governo Federal divulgou, no Diário Oficial da União, mais de R$800 milhões para leilões de PEP, Pepro e contratos de opção. Para Ruiz, a medida irá ajudar, mas não solucionar o problema, já que esse valor "não é suficiente para a produção que terá".
Para a soja, a tendência é que os produtores também segurem para aguardar por melhores preços. As cotações giram em torno de R$47 a R$48 e só começam a ser rentáveis para quem possui acima de 60 sacas por hectare. Todo esse cenário pode também acabar refletindo no planejamento da safra de verão.