Produtores iniciam a colheita da safrinha de milho Astorga (PR) e perdas devem ficar acima de 50%
A irregularidade climática afetou a produção de milho safrinha no Brasil na temporada 2015/16. Tanto é que, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) revisou para baixo a segunda safra, que deverá somar pouco mais de 43.053,6 milhões de toneladas. Na região de Astorga (PR), o cenário não é diferente e a perspectiva é de quebra ao redor de 50% na produção do cereal.
O clima seco registrado em abril ocasionou um prejuízo de 30% na safra, o restante, de 20%, foi perdido com as recentes geadas. O evento climático ocorreu mais cedo na localidade e atingiu as lavouras no momento da floração e formação dos grãos. “Essa é uma quebra muito grande e os produtores ainda seguem atentos às previsões climáticas, uma vez que estamos iniciando os trabalhos de colheita nesse momento”, reforça o presidente do sindicato rural do município, Guerino Guandalini.
E durante essa semana, os institutos de meteorologia voltaram a indicar a possibilidade de geada nos próximos dias, devido ao avanço de uma nova massa de ar polar. Em todo o estado, em torno de 28% da área plantada neste ciclo já foi colhida, conforme último boletim informativo do Deral (Departamento de Economia Rural). Cerca de 60% das plantações apresentam boas condições.
Em relação aos preços, a liderança sindical sinaliza que os valores baixaram recentemente, porém, continuam acima do registrado no ano anterior. Atualmente, a saca do milho é cotada ao redor de R$ 33,50, antes da colheita as cotações estavam próximas de R$ 43,00 a R$ 44,00 a saca. No mesmo período de 2015, a saca do cereal era negociada a R$ 18,00 a R$ 19,00.
“Os valores caíram, mas ainda temos um preço elevado. Ainda assim, diante das perdas, os produtores deverão amargar um prejuízo nesta temporada. E poucos têm seguro das áreas afetadas. A despesa é cada vez maior e lucros diminuem devido à produção mais baixa”, afirma Guandalini.
Soja
E é preciso ressaltar que os produtores rurais da região já enfrentaram problemas com a produção de soja. As lavouras da oleaginosa também foram afetadas pelo clima irregular, o que resultou em uma quebra ao redor de 30% na produção da safra de verão.
“Contudo, parte dessa diferença foi compensada pelo preço, a saca do grão chegou a ser negociada a R$ 84,00 ao produtor. E no ano passado, o valor estava pouco acima de R$ 60,00 a saca”, diz o presidente do sindicato.