Lagarta do cartucho migra do milho e ataca soja e algodão no centro-oeste
A lagarta-do-cartucho, Spodoptera Frugiperda é a principal praga da cultura do milho no Brasil. O inseto é capaz de ataca a planta desde sua emergência até a formação de espigas, e até então se concentrava apenas ao milho e pastagens.
No entanto, "nos últimos anos ela vem aumentando o nível populacional, passando a causar danos econômicos", explica a fitopatologista, Dra. Roseli Giachinni.
No Mato Grosso, por exemplo, a dificuldade no controle tem proporcionado a migração da praga também para soja e algodão, aumentando seu potencial de dano.
Segundo Giachinni, a variedade de lagarta é capaz de consumir o dobro de folhas da Helicoverpa - que é tradicional nas lavouras de soja - além de atacar o grão.
"Se tivemos um alto nível populacional na palhada, por exemplo, e depois plantar soja o inseto passa ter o habito de outras lagartas do complexo soja", alerta a fitopatologista.
Giachinni explica ainda que as alterações climáticas dos últimos anos podem tem causado alterações biológicas que propiciaram a migração das Spodoptera também em outras culturas do sistema.
A Embrapa considera o Manejo Integrado de Pragas (MIP) a melhor opção para o controle da lagarta com resultados favoráveis em termos econômicos, ecológicos e sociológicos.
Uma das bases do MIP é o monitoramento de insetos que ocorrem na cultura, definindo o que é praga primária e secundária.
Amostragem neste processo é fundamental para levantar o nível populacional da lagarta, sendo capaz observar se é necessário o controle químico do inseto.
Conforme explica a fitopatologista nem sempre a presença da praga indica a necessidade de controle, "é preciso identificar se o índice populacional de adultos é capaz de causar dados".
O controle com produtos seletivos também é fundamental para a manutenção de parasitoides que ajudam a manter a praga abaixo do nível de dano.
"Hoje na maioria das tecnologias existentes para o milho a praga já adquiriu resistência", lembra Giachinni.