Em Itanhangá (MT), colheita da safrinha do milho chega a 60% e perdas superam os 40%
Em Itanhangá (MT), a colheita do milho safrinha já está completa em 60% da área plantada com o cereal nesta temporada e as perdas superam os 40%. O cenário é decorrente da forte estiagem registrada ao longo do mês de abril e que prejudicou o desenvolvimento das plantações. Até o momento, pouco mais de 16,62% da área semeada já foi colhida em todo o estado, conforme números do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).
O produtor rural do município, Gledson Piaia, ressalta que a produtividade média das lavouras está entre 60 a 65 sacas do grão por hectare. Número bem abaixo da perspectiva dos agricultores e do registrado em anos com clima favorável, entre 80 a 100 sacas de milho por hectare.
“E nas lavouras que ainda serão colhidas, poderemos ter uma quebra ao redor de 50%. Faltaram chuvas no momento do desenvolvimento das plantas, além disso, tivemos um ataque maior das lagartas, uma vez que a tecnologia Bt está perdendo a eficiência. E ainda temos cerca de 15% a 20% de grãos avariados nos armazéns”, explica Piaia.
Em relação ao seguro, o produtor ainda explica que são poucos os agricultores que têm o mecanismo na região. Paralelamente, os produtores estão apreensivos com os contratos feitos antecipadamente, com valores próximos de R$ 16,00 a saca do cereal.
“Teremos que renegociar as dívidas, cada produtor terá que sentar com a sua empresa e conversar. Quem fechou contrato a R$ 16,00 a saca e está colhendo 65 sacas de milho por hectare não fecha a conta e irá ficar devendo”, pondera o agricultor.
Nesse instante, a saca do cereal para exportação é cotada entre R$ 22,00 a R$ 23,00 na região. Já o milho destinado ao mercado interno chegou a ser negociado entre R$ 28,00 a R$ 30,00 a saca. “Temos pouco milho para ser negociado nesse instante, grande parte foi comercializado anteriormente. E quem tem o cereal e puder segurar só irá vender o grão com valores entre R$ 30,00 a R$ 35,00 a saca”, reforça.
Soja
A cultura da soja, semeada na safra de verão, também registrou perdas expressivas, acima de 30% devido ao clima irregular. O rendimento médio ficou entre 30 a 32 sacas da oleaginosa por hectare, frente à média de 55 sacas do grão por hectare registrada em anos anteriores.
“Mas na soja, tivemos o decreto de situação de emergência. Então, os produtores conseguiram renegociar e empurrar as dívidas. Porém, com esses dois prejuízos a perspectiva é que haja uma redução entre 10% a 15% na área cultivada com a soja na próxima safra de verão. Os produtores não terão recursos para fazer esse investimento”, acredita Piaia.
Veja fotos enviadas pelo produtor rural: