Com estiagem, quebra na safrinha de milho deve ultrapassar os 10% em Nova Aurora (PR)

Publicado em 25/05/2016 10:48
Ventos fortes também acamaram as lavouras. Rendimento médio deve ficar em 240 scs/alqueire, contra as 265 scs/alqueire colhidas na safra passada. Preços giram em torno de R$ 40,00 a saca na região, mas muitos produtores fizeram contratos antecipados, com valores entre R$ 26,00 a R$ 28,00/sc.

Na região de Nova Aurora (PR), os produtores rurais iniciam a colheita do milho safrinha. E, depois da estiagem de pouco mais de 25 dias, a perspectiva é de uma quebra ao redor de 10% na produção desse ano. Ainda assim, a estimativa é que sejam colhidas 240 sacas por alqueire, contra uma média de 265 sacas por alqueire registradas na temporada anterior.

O técnico agrícola da Copacol, David Clemente, ressalta que as chuvas recentes acompanhadas de ventos fortes e granizo também afetaram o rendimento das plantações. “Isso ocorreu em áreas mais localizadas e, especialmente em plantas cultivadas tardiamente, que estavam com o sistema radicular e o colmo mais frágeis”, pondera o especialista.

Além disso, o tempo seco também dificultou o controle de pragas e doenças em algumas lavouras. O que, na visão do técnico, também acabou pesando nos custos de produção, assim como outros fatores. “No final, com a reação dos preços do milho, ainda tivemos uma recuperação em relação aos custos. Na média, os custos estão próximos de 85 sacas por alqueire na região”, completa.

Atualmente, a saca do milho é negociada ao redor de R$ 40,00 na localidade. Porém, muitos produtores realizaram contratos antecipados, com valores entre R$ 26,00 a R$ 28,00 a saca do cereal.

“Com esse cenário, a preocupação é na manutenção da avicultura, suinocultura e piscicultura na região devido aos custos elevados. Existe uma apreensão muito grande, a tendência é de redução dos plantéis, há muitos produtores independentes fechando as portas. Principalmente, os independentes não têm conseguido manter os custos altos”, pondera o técnico agrícola.

Clemente ainda sinaliza que o clima também continua sendo observado pelos produtores rurais. “Isso porque, temos muitas áreas semeadas no final de fevereiro e março, e podemos ter problemas em relação ao excesso de chuvas e problemas na colheita. Temos uma dependência muito grande da safrinha, então qualquer problema pode ocasionar sérias dificuldades de abastecimento”, reforça.

2ª safra de feijão

Os produtores rurais estão finalizando a colheita da segunda safra de feijão na região. E, assim como o milho, as lavouras também sentiram a falta de chuvas no momento de floração e frutificação da cultura. Paralelamente, as precipitações recentes agravaram as perdas registradas nesta temporada.

“Temos perdas grandes. Quem plantou mais cedo, em janeiro, ainda pode colher ao próximo de 70 sacas por alqueire. Já que cultivou depois desse período, o rendimento deve ficar ao redor de 20 a 25 sacas por alqueire, o que não cobre os custos de produção. A qualidade dos grãos também foi severamente comprometida”, diz Clemente.

Em Nova Aurora, ao longo das últimas safras, os agricultores têm migrado do cultivo do feijão para o milho e também a aveia. “Em Corbélia, importante região produtora de feijão, a área cultivada já chegou a 6 mil alqueires e hoje não passa de 800 a 900 alqueires. Devido aos problemas climáticos e os preços, os produtores deixaram de investir na cultura nos últimos anos. Nesse momento, a saca do feijão é cotada entre R$ 230,00 a R$ 250,00”, finaliza o técnico agrícola.

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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