Perdas na segunda safra de milho podem passar de 10 mi/ton. Até o início da colheita, preços internos devem subir e bater novos recordes
As perdas com o clima na segunda safra de milho pode superar 10 milhões de toneladas, totalizando pouco mais de 51 milhões de toneladas do potencial esperado de 62 milhões de toneladas.
As maiores perdas, consequência da falta de chuvas, podem ser observadas em Goiás, Minas Gerais, São Paulo e leste do Mato Grosso. Segundo o analista da Safras & Mercado, Paulo Molinari, a escassez de oferta é grande e pode impulsionar as cotações até a entrada da colheita.
Atualmente os níveis de comercialização do cereal estão elevados. A referência Porto com entrega agosto/setembro, por exemplo, varia de R$ 34,00 a R$ 35,00 a saca. No interior paulista há registro de negócios em R$ 53,00/sc mais ICMS e, R$ 51,00/sc FOB.
"Esses fatores trazem uma expectativa de que os preços fiquem um pouco acima do nível de porto. Mas, não devemos esquecer que a partir de julho teremos 50 milhões de toneladas a colher que efetivamente terá seu peso sobre o mercado", destaca o analista.
De acordo com Molinari, nem mesmo os contratos de exportação poderão aliviar a pressão interna sobre a oferta de milho. "Do Paraguai compramos quase 600 mil toneladas que começará a entrar a partir de junho e temos também mais 500 mil toneladas da Argentina que já estão desembarcando nos portos brasileiros, mas ainda assim não será suficiente", aponta.
Diante desse cenário de novas altas até o inicio da colheita, e a expectativa de manutenção de bons valores, o analista orienta que "os produtores que colher cedo, os preços são espetaculares e a oferta deve ser vendida. Depois é importante observar o câmbio, exportações e Chicago", pondera Molinari.
Contratos de entrega para exportação em agosto/setembro totalizam 14 milhões de toneladas, fator que poderia enxugar ainda a oferta no mercado interno. No entanto, Molinari alerta para um possível não cumprimento desses contratos devido a quebra significativa em estados como Goiás.