Em Palmeiras de Goiás (GO), perdas na safrinha de milho podem ultrapassar os 70% devido ao clima irregular

A produção de milho safrinha em Palmeiras de Goiás (GO) já tem perda estimada em torno de 70% nesta temporada devido às altas temperaturas e o tempo seco registrado em abril. Por enquanto, as precipitações não retornaram à localidade e as previsões climáticas não indicam grandes volumes para os próximos dias.

Frente a esse cenário, o produtor rural do município, Murilo Pereira de Oliveira, destaca que a produtividade média das lavouras deverá ficar abaixo de 50 sacas do grão por hectare e alguns agricultores nem irão colher o cereal. “Estamos há mais de 30 dias sem chuvas e o milho está em fase de pendoamento. Então temos essa perspectiva de quebra na safra, contra uma média de 100 sacas por hectare registrada nas últimas temporadas”, afirma.

Além essa situação, o clima adverso também contribuiu para o surgimento das pragas nas plantações. “Tivemos uma maior incidência das lagartas e dos pulgões nas lavouras. Temos uma situação bem complicada, pois já estamos perdendo e o produtor fica com receio de entrar com as aplicações nas áreas afetadas. Alguns fizeram mais aplicações, outros não quiseram colher esse risco”, pondera o agricultor.

Oliveira também sinaliza que são poucos os produtores que têm seguro das lavouras. “E parte das áreas foi plantada fora do zoneamento, que terminou no dia 20 de março. Muitos produtores irão esbarrar nessa situação”, diz.

Preços

Atualmente, a saca do milho é negociada entre R$ 45,00 a R$ 48,50 na região. Porém, poucos produtores têm o produto para fazer a negociação, conforme ressalta Oliveira. E grande parte dos agricultores realizaram contratos antecipados para a safrinha.

“Até esse momento, as empresas estão negociando com os produtores, modificando os preços, mas sabem que não irão receber o volume total adquirido anteriormente”, finaliza Oliveira.