No Paraná, perdas na produção de milho safrinha podem superar os 15% devido ao clima

Publicado em 20/04/2016 11:09
Há perdas consolidadas em todo o estado, mas situação mais grave está na região Norte. Lavouras cultivadas tardiamente são as mais afetadas pela ausência de chuvas. Projeção inicial era de uma produtividade média entre 85 a 90 scs/ha. Contratos feitos anteriormente deixam os produtores rurais apreensivos. Saca do cereal é cotada a R$ 37,00 em média.

Assim como em outras importantes regiões produtoras de milho safrinha do país, as lavouras do Paraná sofrem com as chuvas irregulares e as altas temperaturas. Diante desse cenário, as perdas na produção podem superar os 15% nesta safra. O presidente da Aprosoja PR, José Eduardo Sismeiro, ressalta que a situação é grave, especialmente no Norte do estado e se complica a cada dia sem chuvas.

“O milho cultivado em janeiro, grande parte está salvo, não precisa mais de chuvas e está secando. Infelizmente, a área é pequena e está localizada na região de Cascavel, Toledo, Campo Mourão, Goioerê, Juranda e Boa Esperança. Porém, a grande preocupação está relacionado ao cereal cultivado depois desse período que está sentindo mais a seca e está em fase de enchimento de grãos”, explica a liderança.

E, por enquanto, as previsões climáticas só indicam o retorno das chuvas na próxima semana. “Se as chuvas ocorrerem nos próximos 2 a 3 dias, teremos produtores com rendimento de 150 sacas por hectare e 75 a 80 sacas por hectare. Mas se continuar seco, o agricultor que plantou em janeiro até pode alcançar uma produtividade mais alta, agora a grande quantidade semeada depois é que preocupa. O produtor que poderia chegar a 120 scs/ha poderá colher 80, quem esperava colher 90scs/ha poderá colher 60 scs/ha. E o produtor que espera colher 60 scs/ha talvez nem colha”, pondera o presidente.

Já em relação à umidade do solo, Sismeiro sinaliza que as áreas argilosas há mais umidade, o suficiente para as plantas não morrerem. Contrariamente, nas áreas mais arenosas as lavouras sentem mais os efeitos do clima adverso.

“É uma situação alarmante e o produtor não pode fazer mais nada. A perspectiva inicial era colher mais do que o ano passado, porém, isso não deve se confirmar. Sem contar que também tivemos problemas graves com o aparecimento do percevejo e das lagartas nas lavouras. Com isso, os custos foram mais altos e tivemos que entrar mais vezes nas lavouras”, diz.

Contratos antecipados

No Norte do estado, os produtores estão preocupados em relação aos contratos feitos anteriormente. “Os agricultores já tiveram problemas com a soja e podem ter com o milho também”, ressalta Sismeiro.

Atualmente, a saca do cereal é cotada a R$ 37,00 no mercado disponível, mas muitos negócios foram realizados com valores entre R$ 26,00 a R$ 27,00 a saca. “Não acredito que esse valor mais alto irá se sustentar quando a colheita iniciar. Entretanto, o problema não é só o preço, mas o que conseguimos produzir também”, finaliza o presidente da Aprosoja PR.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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