Chuvas fortes e queda de granizo no PR preocupam os produtores de milho e trigo
Ao longo do último final de semana, o estado do Paraná registrou chuvas fortes e queda de granizo. Entre as regiões mais afetadas estão os municípios de Campo Mourão, Cafelândia e Floresta. Em relação à produção agrícola, a grande preocupação dos produtores é com as lavouras de milho safrinha que estavam prontas para serem colhidas. Os danos ainda serão levantados nos próximos dias.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Toledo e vice-presidente da Aprosoja PR, Nelson Paludo, no caso do cereal, as precipitações recentes podem comprometer a qualidade dos grãos. “Isso gera mais descontos aos produtores e nessa época do ano o dia é curto, então o milho demora a secar. Com isso, os agricultores deverão colher o cereal com bastante umidade”, ressalta.
Além disso, o vice-presidente da entidade também destaca que, o excesso de chuvas acaba afetando as raízes das plantas. “E qualquer vento acaba derrubando as lavouras. Nesse momento, estamos aguardando a melhora do tempo, porém, as previsões climáticas ainda indicam chuvas nos próximos dias. Precisaríamos de, no mínimo, 15 dias de sol para retomar os trabalhos nos campos”, afirma Paludo.
Contudo, algumas variedades podem apresentar danos menores, conforme sinaliza o vice-presidente. “Em algumas cultivares, as espigas do milho viram para baixo, o que poderá conservar melhor os grãos, entretanto, temos outras em que a espiga fica para cima e recebe toda a chuva. Consequentemente, teremos problemas com grãos ardidos, o que vai comprometer a qualidade do cereal. Acredito que essa safra será um grande teste para escolher novas variedades de milho”, completa.
A preocupação por parte dos produtores rurais também se estende a outras culturas, como é o caso do trigo. Na região de Toledo, as plantas estão em fase de florescimento e as precipitações acabam lavando as flores. “Iremos produzir pouco trigo na localidade. E, além de lavar a flor, no trigo não temos como fazer o tratamento com fungicida nas lavouras. Então a doença vem e toma conta, fica uma situação irrecuperável”, ressalta Paludo.
Diante desse cenário, o vice-presidente da Aprosoja PR ainda orienta aos produtores a realizar o seguro das plantações. “Pelo menos teremos uma segurança e o produtor não ficará devendo em bancos e cooperativas caso haja um problema com a safra”, alerta.